Empresário posta fotos com famosos no Instagram para vender terço fashion
Seguidor do catolicismo, o empresário Augusto Köech, 30, enxergou uma oportunidade de negócio na própria religião. Em sociedade com a mãe e designer Mari Branco, ele criou, em outubro de 2013, a Guto Köech, marca curitibana que produz terços dourados e brilhantes para serem usados como acessório de moda.
Ele usa a estratégia de presentear celebridades com os produtos, fotografá-las e postar as imagens no Instagram e outras redes sociais. Os sertanejos Michel Teló e Fernando e Sorocaba, além dos funkeiros Naldo e Mc Guimê já tiraram fotos usando terços do empresário. Com a divulgação, as vendas decolaram e a empresa já fatura R$ 40 mil por mês, segundo Köech. O lucro não foi divulgado.
Os terços custam de R$ 60 a R$ 150. Além disso, também são vendidas pulseiras com valores entre R$ 40 e R$ 90. O empresário diz vender cerca de 300 peças por mês. “Dificilmente um cliente compra uma peça só. Geralmente, ele inclui três ou quatro itens no pedido”, afirma.
Segundo Köech, a empresa já recebeu pedidos de todos os Estados brasileiros e também do exterior. Na lista de vendas internacionais estão Estados Unidos, Canadá e Roma, na Itália. “Se estiver faltando terço em Roma, estou feito”, diz, brincando com o fato de conquistar clientes na cidade onde fica o Vaticano, sede da Igreja Católica.
Por enquanto, o empresário recebe pedidos pelo Facebook, Instagram e WhatsApp e envia o produto pelo correio.
Funkeiros gostam de cruz grande e dourada
Paralelamente à empresa, Köech é coordenador de marketing em uma casa de shows em Curitiba. É justamente no trabalho que ele consegue se aproximar e presentear os famosos que se apresentam ou visitam o local.
No entanto, o empresário diz estudar previamente a celebridade para presenteá-la com um modelo que a agrade. Segundo ele, jogadores de futebol preferem terços mais brilhantes, enquanto funkeiros gostam de cruzes grandes e douradas. “Fiquei muito feliz quando vi o [cantor] Naldo usando o terço que dei a ele em um show”, diz.
Köech define seus produtos como “bijuterias finas”. As peças são feitas de aço ou níquel e vendidas em caixinhas de madeira forradas com couro. Futuramente, ele pretende produzir itens banhados a ouro e prata e transformar terços e pulseiras em joias.
Empresário achou diferencial em mercado antigo
A fé sempre esteve ligada ao consumo de produtos como esculturas, quadros e amuletos, segundo Andrey Mendonça, professor e pesquisador do programa de religião e espiritualidade no consumo e nas empresas da ESPM.
Mesmo em um mercado tão antigo, Köech encontrou uma forma de se diferenciar da concorrência, diz o professor. “Diante de tanta gente que faz a mesma coisa, ele conseguiu fazer um produto diferente, que serve também como item de moda.”
Associar empresa à celebridade pode ser arriscado
Mendonça afirma, no entanto, que usar celebridades para divulgar o nome da empresa pode ser arriscado. De acordo com ele, o empresário é incapaz de controlar eticamente um famoso e, quando ele se envolve em uma polêmica ou comete uma gafe, a imagem do negócio cai em descrédito.
“Quando uma empresa se une a um famoso, ela está associando sua marca a ele. Se um está em baixa, o outro vai junto”, declara.
Onde encontrar:
Guto Köech: www.facebook.com/gutokoech
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