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Em ano de Copa, turismo tem pior resultado entre franquias, segundo ABF

Afonso Ferreira

Do UOL, em São Paulo

26/02/2015 16h54

Com crescimento de apenas 0,3% no faturamento em 2014, o ramo de hotelaria e turismo teve o pior desempenho entre os 11 segmentos de franquias e ajudou a puxar para baixo o resultado do setor no ano, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira (26) pela ABF (Associação Brasileira de Franchising).

O faturamento do setor de franquias cresceu 7,7% no ano passado, segundo a ABF, alcançando a marca de R$ 127,3 bilhões. Esse foi o pior desempenho do franchising desde 2003De acordo com a entidade, a expectativa para 2015 é de que o setor de franquias cresça entre 7,5% e 9% em faturamento.

No ano passado, o ramo de hotelaria e turismo faturou R$ 9,32 bilhões ante R$ 9,29 bilhões em 2013. Segundo a ABF, a Copa do Mundo realizada no passado, em vez de impulsionar o mercado, foi a responsável pelo baixo desempenho do segmento.

No entanto, os dados mostram que houve investimento das empresas de hotelaria e turismo. Segundo a ABF, a quantidade de unidades franqueadas cresceu 33,6%, o maior índice dentre todos os segmentos de franquias. Em 2014, foram contabilizadas 2.674 unidades no ramo contra 2.001 no ano anterior.

E o número de marcas atuantes no segmento também aumentou. Passou de 41, em 2013, para 49 no ano passado, alta de 19,5%, o segundo maior índice. Porém, de acordo com a ABF, a maior parte das novas marcas e unidades já existiam, apenas ainda não haviam aderido ao sistema de franquias.

Associação culpa alta de preço de passagens

A ABF nega que houve planejamento equivocado por parte das empresas franquedoras e atribuiu o fraco desempenho a uma suposta alta de preços de passagens. 

“Por conta do aumento nas passagens aéreas no período da Copa, muitas pessoas deixaram de viajar e o fluxo de torcedores que assistiram aos jogos não compensou essa baixa”, afirma Ricardo Camargo, diretor-executivo da ABF.

No entanto, no início de 2014, houve redução dos preços e, mesmo às vésperas do evento, a alta esperada não se confirmou. Camargo, por outro lado, alega que os preços ficaram menores que a expectativa inicial, mas tiveram alta em relação a 2013.

De acordo com Camargo, o turismo de negócios foi o mais afetado pela Copa do Mundo. “Tivemos feriados em várias cidades que sediaram jogos e as empresas que faziam viagens frequentes reduziram a regularidade”, declara.

Para 2015, o cenário é de alerta. Com inflação alta e baixo crescimento econômico, o turismo e o lazer entram na lista de corte dos consumidores, segundo Camargo. “Não são serviços essenciais à população”, diz. “Porém, a alta do dólar pode desestimular as viagens para o exterior e impulsionar o turismo interno”.

Comunicação, informática e eletrônicos têm maior elevação

O segmento de comunicação, informática e eletrônicos teve a maior variação no faturamento: 27%, puxado pelos serviços de marketing digital. No entanto, o ramo tem a segunda menor receita bruta entre as franquias, R$ 2,3 bilhões.

Na sequência vem acessórios pessoais e calçados, com alta de 18,8%. Casa e construção e educação e treinamento cresceram 16,8% e 12,4%, respectivamente.