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Barbearias com depilação masculina e limpeza de pele viram franquias

Roger Marzochi

Do UOL, em São Paulo

15/05/2015 06h00

Para atender às novas exigências masculinas de beleza, as antigas barbearias evoluíram para salões especializados em estética, que oferecem, além dos tradicionais corte de cabelo e barba, massagens, depilação, pintura, limpeza de pele, entre outros serviços para homens. E, depois de conquistarem seu espaço, agora esses negócios se espalham por meio de franquias. 

O Garagem Barba Cabelo & Bem-estar, salão especializado no público masculino, é um exemplo. Fundado em São Paulo em 2001 pelos empresários Fernanda Montes Dib e Enrico Montes, tem duas unidades próprias nos bairros de Moema e Itaim Bibi.

Entre os serviços oferecidos estão também prótese capilar, pintura de barba, tratamento para a área dos olhos, antienvelhecimento, flacidez cutânea, gordura localizada, drenagem linfática, renovação celular, manicure, podologia, massagem antiestresse e shiatsu. O gasto médio por cliente é de R$ 100 e o faturamento da rede em 2014 foi de R$ 2 milhões, segundo a empresa. O lucro não foi informado

O modelo de negócio ainda pouco difundido encorajou os sócios a partir para a expansão por meio de franquias. Com a ajuda da consultoria Francap, a primeira operação franqueada foi aberta na Praia de Boa Viagem, no Recife (PE). 

“Está um sucesso maior do que imaginávamos, porque o mercado de lá era carente nesse ponto. Do ano passado para cá, o crescimento do faturamento da empresa foi de 25% com a inauguração da unidade de Recife”, diz a sócia. Outras unidades franqueadas foram inauguradas em São Paulo e a empresa negocia a abertura em outros Estados.  

Para abrir uma unidade, o investimento parte de R$ 270 mil (inclusos taxa de franquia + custo de instalações e capital de giro). Faturamento médio mensal e lucro líquido não foram revelados e o retorno do investimento previsto é em até 36 de meses, segundo a rede. Sobre o faturamento bruto, a rede cobra 4% de royalties. 

Salão carioca planeja expansão para São Paulo e Recife

O Red Salon Homem, do Rio de Janeiro, também se expande com franquias. A empresa fundada em 2006 tem cinco lojas franqueadas. Rober Borsato, dono da rede, negocia unidades em São Paulo e Recife. O investimento inicial parte de R$ 300 mil, o faturamento médio mensal não foi informado e o lucro líquido varia entre 20% e 24%. O retorno se dá a partir de 24 meses. É cobrada taxa de royalty de 5%, segundo a rede.

“Desde 2010, temos testemunhado um crescimento na economia, que foi bom para a nossa expansão. Baseado nos dados atuais, o setor de beleza não sofre muito com as variações da economia, porque as pessoas estão se tratando e cuidando do visual”, diz Borsato, que deixou emprego na área de marketing de uma companhia aérea para abrir o negócio.

Franquia distante da matriz pode ter suporte prejudicado

Para o diretor de inteligência de mercado da ABF (Associação Brasileira de Franchising), Claudio Tieghi, o mercado de beleza masculino tem potencial de crescer, pois segue uma tendência de comportamento e não está saturado. “É um segmento de nicho, muito especializado. Hoje trocamos a manutenção da barba em casa para fazer o ritual de ir a um salão, onde descobrimos novos produtos e serviços.”

O consultor Marcus Rizzo, da Rizzo Franchising, no entanto, atenta para os riscos que os franqueados devem considerar em modelos de negócio pouco testados. Franquias novas com unidades muito distantes da matriz, por exemplo, podem ter dificuldades para oferecer suporte adequado.

"Tem que tomar cuidado porque o que você está buscando é a experiência do franqueador. Você pode pagar royalties sem ter a condição de receber o suporte e vai reclamar quando já é tarde.”

O candidato a franqueado ainda precisa se certificar da experiência do franqueador com o negócio. “A experiência você mede de duas maneiras: o tempo que ele operou antes de iniciar a franquia, somando à experiência que ele tem em tocar unidades próprias. É comum montar negócio hoje e já lançar franquia e não ter experiência na operação do próprio negócio.”