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Com site e fotos caprichados, venda de brechó online sobe mais de 10 vezes

Renata Cappellano

Do UOL, em São Paulo

26/05/2015 06h00

Um site com visual atualizado e imagens bem produzidas ajuda a vender. Pelo menos para Bruna Ferro, 25, e Nathália de Deus Souto, 23, donas do brechó online de luxo A Fila Anda, de Goiás, reformular a loja virtual e publicar fotos profissionais fizeram o faturamento mensal pular de R$ 10 mil para R$ 120 mil em quatro meses, segundo elas. O lucro não foi divulgado.

“Resolvemos apostar nas fotos porque os nossos principais canais de venda são o site e o Instagram”, diz  Bruna Ferro. “A foto é o único jeito de a pessoa ter acesso ao produto. Ela é a nossa vendedora no mundo virtual. Por isso, precisa ser muito boa.”

Elas vendem modelos originais seminovos das marcas Prada, Chanel, Louboutin, Valentino, Louis Vuitton e Ferragamo, entre outras grifes internacionais. A variação de preço é grande. Há desde sapatilhas Gucci, por R$ 150, até bolsas Chloé, por R$ 4.500.

Antes, as imagens do site eram produzidas de forma caseira, com um celular. Agora, quem faz as fotos do A Fila Anda é a fotógrafa Karitha Melo. As sócias pagam R$ 300 por sessão que rende, em média, 100 fotos. “A diferença é notável”, diz Bruna. “E já recebemos vários elogios falando que o site está agradável e o Instagram, também.” 

A necessidade de reformular a loja virtual veio um ano depois da inauguração do negócio, criado em maio de 2013. Em junho de 2014, o site foi repaginado. Elas faturavam R$ 10 mil mensais. De acordo com Bruna, a ideia era tirar a imagem de "fundo de quintal" que o negócio tinha. Em outubro, o faturamento já tinha saltado para R$ 120 mil. O investimento foi de R$ R$ 8.500.

A meta agora é buscar parcerias com fornecedores em outros Estados para alcançar novos clientes, já que tudo é vendido em consignação. Além disso, a loja começa a sair do virtual e partir para o real. Para isso, as empreendedoras alugaram um espaço em Goiânia, para atender com hora marcada.

Loja vintage usa fotos de clientes para se popularizar 

Já a loja Echo Vintage, especializada em artigos de apelo retrô, usa a interação com os clientes para se popularizar nas redes sociais. Uma boa parte das fotos que vão para o ar é dos internautas, especialmente no Instagram. A loja virtual mantém também um site e um perfil no Facebook. 

“Às vezes [a interação] vem de forma espontânea, outras vezes, por meio de campanhas. E sempre ajuda nas vendas”, afirma Simara Carbone, uma das diretoras do negócio. “Acreditamos que quanto mais visíveis estamos para o nosso público e quanto maior a participação e o envolvimento legítimo do consumidor com a marca, maior é o retorno de vendas.”

Já as fotos produzidas pela própria empresa, desde o início, contam com criação profissional. “Produzimos várias imagens e lançamos nas redes sociais para acompanhar as curtidas geradas por elas. Então, mantemos a ideia que mais emociona nossos seguidores”, afirma Tarciso Konstantyner, outro diretor da loja.

Gerenciar muitas plataformas sobrecarrega empreendedor 

Segundo o consultor do Sebrae (Serviço de Apoio à Micro e Pequena Empresa) Marcelo Sinelli, investir em fotos bacanas deve estar entre as prioridades de quem pretende montar um e-commerce. “O ser humano é muito visual. Existem estudos que mostram que, quando as fotos são boas, a visualização do site aumenta de cinco a seis vezes." 

Cada mídia pede um tipo diferente de conteúdo e constantes atualizações, segundo ele. “Por exemplo, se você vende bolo de fubá, o bacana é colocar uma foto bem legal no Instagram, um vídeo no Facebook e uma outra foto com a história do bolo e a receita no blog.”

Porém, se o empreendedor decide gerenciar várias plataformas ao mesmo tempo, há o risco de não executar nada bem, especialmente se ele for o responsável por tudo sozinho. Se não puder contratar alguém, o ideal é ter foco. "Por mais que seja um negócio caseiro, tem que encarar como profissional."

Onde encontrar

A Fila Anda: afilaanda.net.br

Echo Vintage: echovintage.com.br

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