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Franquia lança academia com roupa de choquinho para treinos de 20 minutos

Larissa Coldibeli

Do UOL, em São Paulo

02/07/2015 06h00

Um traje esportivo com eletrodos é a aposta da franquia Tecfit para oferecer treinos de apenas 20 minutos nos estúdios que pretende inaugurar. A novidade foi apresentada na ABF Franchising Expo, feira do setor de franquias realizada em São Paulo na última semana.

Segundo a empresa, os eletrodos da roupa estimulam mais de 300 músculos ao mesmo tempo. Com isso, o equipamento promete oferecer em 20 minutos resultados equivalentes a um treino de uma hora e meia. “Essa tecnologia proporciona um ganho de tempo muito grande. Pode ser interessante para executivos, por exemplo”, diz o sócio Luis Saverio Stateri. 

O primeiro estúdio deve ser inaugurado em agosto, em São Paulo. O foco é atender adultos de 28 a 65 anos, sedentários ou que já praticaram atividade física, mas querem melhorar seu condicionamento físico. O investimento inicial para uma unidade de 60 m² a 90 m², com dois equipamentos e dois treinadores, é a partir de R$ 300 mil (custos de instalação, taxa de franquia e capital de giro incluídos).

Embora não tenha ainda unidades em funcionamento, a franquia estima um faturamento médio mensal de R$ 65 mil, com lucro de R$ 8.000 a R$ 15 mil mensais para a franquia. O retorno do investimento é a partir de 36 meses, segundo a ABF (Associação Brasileira de Franchising).

Tecnologia da Hungria é usada por atletas de ponta
Tecfit - Reprodução/Facebook - Reprodução/Facebook
Karim Benzema, atacante do Real Madrid, com o traje durante treino físico
Imagem: Reprodução/Facebook

A tecnologia, que lembra a de aparelhos já comercializados como o ABtronic, é usada por atletas de ponta no exterior para potencializar os resultados da atividade física e diminuir riscos de lesões. O atacante do Real Madrid Karim Benzema é um dos atletas que usam e divulgam o traje. 

A roupa foi desenvolvida pela húngara Xbody e é importada com exclusividade pela Tecfit. Os estímulos elétricos fazem os músculos contraírem até 80 vezes por segundo, de acordo com a franquia. Se fosse vendida separadamente, o que não há planos de acontecer por enquanto, custaria cerca de R$ 75 mil, afirma Stateri.

O uso do traje com a estimulação elétrica dos músculos é combinado a exercícios aeróbicos, como flexão e polichinelo, e essa é a diferença em relação a outros aparelhos de eletroestimulação dos músculos, como o conhecido Abtronic.

Os treinos são individuais e personalizados e podem atender a três objetivos principais: definição muscular, perda de peso e condicionamento físico. Segundo Stateri, testes realizados na Europa mostram resultados como diminuição da gordura corporal e aumento na musculatura magra.

O produto é testado e certificado pelo CE Marking (União Europeia), CSA International (América do Norte) e GOST (Ásia), órgãos que regulamentam a venda de produtos relacionados a saúde e bem-estar nessas localidades. No entanto, há restrições. Não deve ser utilizado por grávidas e pessoas com problemas cardíacos. 

Treino é limitado a duas sessões por semana

“O ideal são duas sessões semanais de 20 minutos cada, com estimulação de grupos musculares diferentes em cada uma. Como o estímulo é de alta intensidade, a terceira sessão não é recomendada, pois o músculo precisa de descanso para se recuperar”, diz o empresário. As sessões deverão custar cerca de R$ 75 cada.

O traje é controlado por um software num equipamento similar a um computador. Um fisioterapeuta ou educador físico deve ser treinado para operar o equipamento e elaborar os treinos, que podem ser acessados remotamente pela internet.

Um centro técnico para manutenção do aparelho e um instituto de treinamento e certificação para os profissionais também serão trazidos pela franquia. A empresa também estuda parcerias com academias e centros de estética para fornecimento da tecnologia a outros estabelecimentos.

Negócio é arriscado porque não foi testado, diz consultora

Ana Vecchi, da consultoria especializada em franquias Vecchi Ancona, diz que pode ser arriscado investir na franquia, já que o modelo de negócio ainda não foi testado. “O conceito de franquia é a transferência de conhecimento sobre a gestão de um negócio e não sobre um produto ou equipamento”, declara.

Segundo ela, o investimento é alto para um negócio arriscado e que pode passar por dificuldades diante da crise econômica, já que as pessoas tendem a cortar gastos supérfluos. “Ele vai concorrer em preço com academias de ponta que oferecem muito mais atividades e em sete dias da semana. Pode até despertar curiosidade no começo, mas precisa haver uma estratégia de retenção dos clientes”, diz. 

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