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Com ciclovias, franquia de entrega com bikes espera expansão acelerada

Thamires Andrade

Do UOL, em São Paulo

16/07/2015 06h00

O avanço da cultura das bicicletas como meio de transporte pode ajudar negócios relacionados às magrelas. A Eco Bike Courier, franquia especializada em entregas feitas de bicicleta, por exemplo, espera uma expansão acelerada. Atualmente, a rede, que nasceu em Curitiba (PR), tem seis unidades em quatro Estados. Em quatro anos, a meta é chegar a 85 franqueados pelo país.

"Quanto mais pessoas fizerem uso da bicicleta como transporte, mais elas vão compreender o quanto nosso serviço pode ser eficiente, e isso vai torná-lo ainda mais popular. Essa vivência com a bicicleta traz um olhar diferenciado sobre esse tipo de entrega", afirma o desenvolvedor de sistemas Cristian Trentin, 31, fundador do negócio.

Para ele, a ciclovia recém-inaugurada na avenida Paulista é um marco simbólico. "O investimento é muito positivo, pois promove o uso de um veículo barato, com mais qualidade de vida", diz Trentin, embora considere que, estruturalmente, há muito ainda o que fazer na cidade. Em São Paulo, desde junho de 2014, foram criados 249 km de ciclovias.

O investimento inicial para abrir uma unidade da Eco Bike Courier varia de R$ 60 mil a R$ 120 mil (taxa de franquia + taxa de instalação + capital de giro), dependendo da cidade onde o negócio for aberto. Segundo a rede, o faturamento médio mensal é de R$ 40 mil a R$ 60 mil, após 12 meses, e o lucro líquido varia de R$ 12 a R$ 18 mil. O retorno do capital é estimado de 18 a 24 meses.

Negócio é inspirado em serviço de entrega de NY

A Eco Bike Courier nasceu em Curitiba, em 2011, com apenas três ciclistas. O modelo de negócio foi inspirado no serviço de bike messengers (entregas feitas de bicicleta) de Nova York (EUA). Segundo Trentin, a ideia era criar um atendimento premium e personalizado. Para abrir a empresa, ele investiu R$ 200 mil. 

Dois anos depois, o modelo de negócio começou a ser reproduzido por meio de franquias. Em 2014, a rede faturou R$ 650 mil com seis unidades. Para 2015, a previsão é chegar a R$ 1,2 milhão. O lucro não foi revelado. A rede emprega cerca de 70 profissionais que pedalam por cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Rio Grande do Sul. 

Segundo ele, todos os ciclistas são registrados, têm seguro de vida e recebem treinamento antes de iniciar o trabalho. “Todos recebem uniforme, protetor solar, capa de chuva e mochila impermeável”, diz.

Grandes empresas são clientes do serviço

O serviço de entregas esporádicas da empresa, que envolve ida a cartórios, bancos, correios, além de outras entregas, custa a partir de R$ 15. “No entanto, esse valor varia de acordo com a unidade em que o serviço é solicitado, bem como a quantidade de pontos contratados”, declara Trentin. As entregas são feitas em um raio de até 15 quilômetros da base da Eco Bike Courrier.

Já as empresas que optam por ter um biker fixo desembolsam entre R$ 2.500 e R$ 3.800 por mês. Segundo Tretin, Boticário, Amil e Br Malls estão entre esses clientes. “O mercado está disposto a pagar um pouco mais pela sustentabilidade", afirma. Isso porque bicicletas não poluem. A empresa já começou a testar entregas com veículos elétricos, como motos e bicicletas.

Ter preço competitivo é desafio para negócios sustentáveis 

Para Caroline Minucci, consultora do Sebrae-SP (Serviço de Apoio à Micro e Pequena Empresa do Estado de São Paulo), o maior desafio para negócios sustentáveis é "se vender", ou seja, ser viável e oferecer preço competitivo. 

Segundo ela, reforçar a imagem positiva de sustentabilidade não basta para convencer e influenciar empresas e pessoas a buscar pelo serviço, se ele for caro. “O empresário desse ramo deve sempre mostrar o lado lucrativo do negócio", afirma. 

Biker faz entrega em dia de neve em Curitiba (julho/2013)