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Empresas vendem assinaturas mensais de pão, café gourmet e snack natural

Roger Marzochi

Do UOL, em São Paulo

17/07/2015 06h00

Receber em casa pães todo dia de manhã, snacks naturais toda semana e cafés especiais diferentes para degustar a cada mês. Essas facilidades são os negócios de pequenos empreendedores, que têm investido no lançamento de assinaturas de produtos e serviços.

Por ser um modelo de negócio simples de criar e operar, conforme o produto, e ter investimento reduzido em relação a uma loja física, essas empresas estão se espalhando e diversificando seus nichos de atuação. No entanto, especialistas ouvidos pelo UOL, dizem que inadimplência de clientes e falhas na entrega podem colocar o negócio em risco

Empresa de assinatura de pão nasceu na lavanderia

Lançada em fevereiro de 2014, a Easy Pão, de São Bernardo do Campo, distribui pães em condomínios. A ideia do negócio surgiu de uma necessidade do analista de sistemas Melvin Menezes, 35 anos. Com padaria distante de onde mora, ele tinha dificuldades para comprar pães todos os dias e começou a planejar em 2013 uma forma de vender aos vizinhos.

A empresa nasceu na lavanderia do seu apartamento, já no formato de assinatura, com 15 clientes. “O investimento inicial foi zero. Fiz muitas parcerias. E, em 15 dias de operação, a empresa já tinha dinheiro para pagar um aluguel”, diz. Menezes, que trabalha das 5h às 8h na Easy Pão, ainda não deixou seu emprego em uma grande resseguradora.

Além do baixo custo de operação, outra vantagem é a previsibilidade do faturamento. “60% dos clientes fazem assinatura anual. Eu tenho uma pré-garantia. É bom para a saúde financeira da empresa”, diz. A mensalidade para receber quatro pães de segunda a sexta-feira é de R$ 81,30.

Hoje, a Easy Pão tem sede própria e 160 clientes em dez condomínios da cidade, com produção diária de 500 pães (a massa chega pré-pronta para assar), desde o francês aos especiais. Fatura por mês R$ 10 mil, com lucro de 40%. Este ano, já começou a atuar também em Santo André e São Caetano, com isso, o faturamento deve subir para R$ 14 mil até o fim do ano. “A ideia é no futuro abrir franquias”, diz 

Produto especial tem investimento mais alto

O formato de assinaturas para produtos especiais exige investimento mais alto. A Grão Gourmet, por exemplo, que nasceu como um clube de cafés especiais, ainda não conseguiu pagar seu investimento inicial, de R$ 250 mil. "Não temos lucro e nosso faturamento mensal chega a R$ 10 mil”, diz. 

Na abertura,  no fim de 2013, reuniu 30 clientes e soma hoje 200 assinantes. “Vamos investir mais para chegar até o fim de 2015 com mil clientes", afirma Renata Gancev, uma das sócias. A opção de assinatura mais barata é a de 250 gramas, por R$ 23,50 ao mês mais o frete, com entrega em todo o país. 

A empresa mudou de estratégia em maio, quando passou a investir em produção própria. Isso e reduz custos operacionais e de estoque. “Antes, com outras marcas, tinha que ter estoque. Agora, conseguimos cafés muito bons, de qualidade superior e exclusivos.” A empresa compra lotes de café verde e faz a torra em uma indústria parceira. "Conseguimos oferecer mais variedades”, diz. 

Vender por assinatura exige variedade de sabores

Também ainda sem lucro, a Massau foi criada em março do ano passado por três amigos que imaginaram vender por assinatura snacks naturais. Com investimento inicial de R$ 40 mil, mais um aporte de R$ 400 mil de investidores pessoa física no fim de 2014, Leonardo Feitosa, um dos sócios, espera fechar 2015 com 1.500 clientes.

Em dois meses, as entregas, restritas a São Paulo, serão estendidas a todo o Brasil. Por R$ 97 ao mês é possível receber toda segunda-feira um kit com cinco snacks, não incluso o frete. São hoje 28 receitas, incluindo barrinha de cereal, chips assados de batata doce, mandioquinha e castanhas.

A empresa começou na cozinha de um dos sócios e hoje tem escritório e cozinha na Lapa, em São Paulo, dois chefs e uma nutricionista. “Vender por assinatura é bom, mas também exige da empresa criar novidades, porque quem está assinando também precisa de produtos novos. Sempre batemos na tecla do original”, diz.

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