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Cirque du Soleil dá dicas para estimular a criatividade nas empresas

Daniel Lamarre durante palestra na HSM Expomanagement - Divulgação/@_openspace_
Daniel Lamarre durante palestra na HSM Expomanagement Imagem: Divulgação/@_openspace_

Larissa Coldibeli

Colaboração para o UOL, em São Paulo

13/11/2015 06h00

Desde 2001 à frente do Cirque du Soleil, companhia circense do Canadá, o franco-canadense Daniel Lamarre diz que não se considera um CEO convencional. Uma de suas principais atribuições é incentivar a criatividade da equipe, para que possam superar as expectativas do público a cada novo show.

“Eu não fico sentado em um escritório, analisando números e tomando decisões para o futuro. Meu verdadeiro trabalho é ser chefe dos artistas, dos acrobatas, dos músicos, das pessoas que são apaixonadas pelo que fazem. Não posso ser um CEO entediante, preciso ser divertido”, afirmou, durante palestra no HSM Expomanagement, evento para gestores de empresas realizado nesta semana, em São Paulo.

Para ele, a empresa que quer superar a concorrência precisa ser criativa, seja na solução de problemas, em um método, um equipamento ou produto. “Nos dias de hoje, quando as pessoas querem arriscar mais, ser melhores do que os concorrentes, elas precisam estimular a criatividade dentro do negócio. Ela é a alma e o coração de toda e qualquer empresa”, diz.

Veja abaixo três dicas de Lamarre para estimular a criatividade dentro das empresas:

1. Tenha um ambiente que favoreça a criação

Para Lamarre, frequentar museus, decorar o escritório com obras de arte, ter um espaço em que os funcionários possam criar e testar, são ações que ajudam a estimular a criatividade na empresa. No Cirque du Soleil, há um estúdio de criação que pode ser usado por todos os funcionários, de qualquer área.

“Quando estou entediado num dia normal de trabalho, vou ao estúdio de criação e vejo os artistas com aquela forma física maravilhosa, treinando e repetindo exercícios, aprendendo a deixar a vir à tona a alma deles”, declara. Numa ação mais radical, ele contratou uma palhaça para assessorá-lo no dia a dia. “Ela participa das reuniões quando são chatas, tira sarro de mim.”

2. Dê autonomia e ouça os funcionários

Lamarre diz aproveitar momentos como bate-papo na lanchonete da empresa para ouvir os que os funcionários têm a dizer sobre como o negócio pode melhorar. Além disso, o Cirque du Soleil, que já se apresentou em mais de 450 cidades no mundo, leva, junto com os artistas, olheiros responsáveis por trazer novas ideias, de diferentes locais.

“Com esse intuito, montamos o programa Eureca, em que o funcionário apresenta suas ideias e como é possível executá-las. Nós avaliamos e explicamos se vamos adotá-la ou não e por quê. Isso é fantástico, porque as pessoas não querem só benefícios financeiros, elas querem reconhecimento, também precisam de sentido para a vida delas”, afirma.

3. Invista em pesquisa e desenvolvimento e faça parcerias

Para ter novas ideias, é necessário pesquisar, desenvolver e testar novidades, segundo Lamarre. “Mesmo se for uma pequena empresa, com poucos funcionários, precisa estar sempre na espreita, em busca de novas ideias o tempo todo, para manter a relevância no seu setor. Tenha mente de explorador, seja um caçador do tesouro”, diz.

Além de uma equipe de pesquisa e desenvolvimento, o Cirque du Soleil tem um banco de dados com 75 mil artistas de todo o mundo e parceria com 12 universidades dos EUA e 11 do Canadá, o que ajuda a desencadear a criatividade. “Eu digo para o aluno de engenharia: se você fizer essa cadeira voar, eu compro. Encontre uma maneira de fazer isso. É assim que buscamos novas ideias.”

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