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Empresa fatura com venda de cueca e sunga com enchimento na frente e atrás

Larissa Coldibeli

Colaboração para o UOL, em São Paulo

28/03/2016 06h00

A exigência dos fornecedores de pagamento à vista fez com que o empresário Manoel Castro, 37, mudasse o foco da sua loja virtual para a venda de produtos próprios. Ele deixou de priorizar revenda de cosméticos curiosos, como maquiagem para calvície, e passou a fabricar e vender cuecas com enchimento frontal e nos glúteos.

O produto é usado para quem quer aumentar volumes, disfarçar ereções involuntárias ou até para mais conforto em caso de hemorroidas.

“Em 2015, a crise apertou e os fornecedores dos cosméticos que eu vendia passaram a exigir pagamento à vista e pedidos em quantidades maiores, o que encareceu e dificultou minha operação. Percebi que precisava investir em um produto próprio em vez de criar mercado para os outros”, afirma.

As cuecas com enchimento já faziam parte do portfólio da sua loja virtual, a Lux Magazine, desde 2011, ao lado de produtos como a maquiagem para calvície, o autobronzeador (que bronzeia sem sol) e a meia-calça líquida, um cosmético que disfarça imperfeições como estrias e manchas nas pernas.

“As vendas de cuecas não eram muito representativas, os cosméticos sempre foram o principal. Mas, no ano passado, resolvi aumentar a produção e a divulgação das cuecas. Inicialmente, o enchimento era apenas no glúteo, mas depois lançamos o enchimento frontal, com as duas opções e também a sunga, a pedido dos clientes”, diz.

Cuecas custam a partir de R$ 25

Segundo o empresário, foram investidos R$ 65 mil no aumento da produção. As cuecas custam de R$ 25 (com enchimento apenas frontal ou no glúteo) a R$ 65 (modelo boxer com os dois enchimentos). São vendidas, em média, 2.500 unidades por mês, para todo o Brasil, de acordo com Castro. Antes, eram cerca de 100 por mês.

Hoje a linha de cuecas já representa 70% do faturamento da empresa.O faturamento e o lucro não foram divulgados.

O empresário fez um curso de corte e costura e ele mesmo fabricava as primeiras peças. Oito meses depois, a linha de produção conta com 10 costureiras. Além das cuecas, ele está apostando também na produção de calcinhas (R$ 19,99) e shorts femininos com enchimento (R$ 29,99).

Pênis e bumbum parecem maiores

Ele diz que o enchimento de espuma é discreto e fica escondido entre duas camadas de tecido. “Visualmente, aumenta em cerca de 20% o volume dessas partes do corpo. Pode molhar porque a espuma não absorve tanta água, não fica pesado depois. É um produto feito pensando no conforto. Eu uso todos os dias”, afirma.

Ele diz que o produto faz sucesso entre dois públicos distintos: homens vaidosos, que querem aparentar ter o pênis e o bumbum maiores, e até professores e palestrantes que buscam discrição. “Tanto a cueca quanto a sunga com enchimento frontal ajudam a disfarçar em caso de uma ereção inesperada.”

Sobre a cueca com enchimento nos glúteos, ele diz já ter recebido relatos de compradores com hemorroidas que afirmaram que o produto aumenta o conforto na hora de se sentar.

Antes os cosméticos eram o produto principal, mas agora correspondem a apenas 20% do faturamento da empresa, segundo ele, que não pretende abandoná-los totalmente. Mas vai seguir focando nas cuecas: o próximo passo será distribuir o produto em lojas físicas multimarcas.

É necessário planejamento para crescer

Para Evandro Siqueira, professor da Academia de Varejo, investir na produção própria de itens é interessante quando se trata de algo diferenciado, como é o caso das cuecas com enchimento. “Se for uma commodity (produto comum) ou algo padronizado, a produção própria só é interessante se houver escala”, diz.

Ele afirma que a vaidade masculina está cada vez mais em evidência, e o empresário demonstra conhecer bem as necessidades do seu público, já que todos os produtos têm foco em estética e bem-estar. No entanto, ele diz que a empresa precisa crescer com planejamento.

“Ao iniciar a distribuição do produto para lojas físicas multimarcas, ele vai ampliar seus canais de venda, o que exige mais estoque e mais capital de giro para oferecer crédito aos lojistas. Muitas empresas quebram na fase de crescimento por falta de planejamento”, declara.

Onde encontrar:

Lux Magazine: www.luxmagazine.com.br

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