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Alergia de filho faz mãe abrir loja de comida sem glúten, lactose e peixe

Márcia Rodrigues

Colaboração para o UOL, em São Paulo

04/04/2016 06h00

A dificuldade para encontrar opções de comida pronta para o filho, que sofre de intolerância alimentar a várias proteínas, inspirou a radialista Adriana Fernandes, 42, a abrir a Mandala Comidas Especiais, em abril de 2015, em São Paulo.

Hoje, a empresária produz 50 tipos de pratos sem itens que, segundo ela, são os principais causadores de alergia (leite, glúten, ovo, soja, peixes, crustáceos, amendoim e castanhas) e que geram intolerância (como lactose, por exemplo).

O preço dos alimentos vai de R$ 5 (pão sem glúten) a R$ 69 (estrogonofe, que serve três pessoas). Entre as opções estão nhoque de abóbora. 

"Nós atendemos dois hospitais na capital, restaurantes e revendedores de comidas naturais." Ao todo ela diz que vende mil pratos por mês.

Investimento de R$ 400 mil

Ela diz que a alergia do bebê começou a aparecer durante a amamentação. "Eu não podia comer um monte de coisa para não passar para ele pelo leite e tinha de preparar tudo em casa, já que não encontrava pratos prontos. Quando voltei a trabalhar, eu passava a madrugada cozinhando para levar marmita."

Pouco tempo depois de voltar da licença-maternidade, ela foi demitida e resolveu abrir o negócio. Investiu R$ 300 mil, inicialmente, e mais R$ 100 mil alguns meses depois. Ela não revela faturamento e diz que ainda não teve lucro no negócio.

"Estamos trabalhando para chegar à fase de equilíbrio."

Mercado é pouco explorado

Segundo Karyna Muniz, consultora do Sebrae-SP (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo), o mercado de pratos para alérgicos ainda é pouco explorado e isso dá ao empresário a possibilidade de crescer muito rapidamente. 

"Quem sai na frente tem a garantia de conquistar muito espaço em um curto período de tempo e se tornar referência na área."

Preço elevado

Para Muniz, mesmo que os produtos sem lactose, glúten ou outros itens sejam mais caros, quem sofre com alguma patologia não deixa de comprá-los.

"Tem muita gente que compra esse tipo de alimento por ser mais natural e para fazer dieta. No entanto, quem não tem opção e precisa consumir esses produtos por causa de alguma doença não avalia o preço na hora da compra."

Qualidade e crescimento

A consultora do Sebrae-SP afirma que o crescimento de uma empresa que está investindo em um novo mercado deve ser bem controlado.

"Antes de se pensar na expansão, é preciso avaliar a questão financeira para não comprometer o capital de giro, se os fornecedores vão conseguir atender a nova demanda com a mesma qualidade e se mão de obra deverá ser aumentada ou não."

Onde encontrar

Mandala Comidas Especiais: http://www.mandalacomidas.com.br/

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