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Empresa entrega marmitas em escritórios por R$ 15 e dá bebida e massagem

Márcia Rodrigues

Colaboração para o UOL, em São Paulo

08/04/2016 06h00

O administrador de empresas Peter Chun, 29, e o engenheiro Clayton Oliveira, 23, gostavam de comer juntos no trabalho. Pediam a comida por telefone, mas nem sempre faziam a refeição juntos porque um pedido chegava antes do outro ou vinha errado.

Resolveram transformar a dificuldade em um negócio e criaram a plataforma Marmotex, em outubro de 2014, em São Paulo.

O site reúne 15 restaurantes e atua com a entrega coletiva de marmitas, ou seja, ele atende somente grupos de pessoas que trabalham em escritórios cadastrados no site, e que estão localizados nos bairros Vila Olímpia, Brooklin, na avenida Faria Lima e parte do bairro de Pinheiros, na zona oeste de São Paulo.

Funciona assim: todos os dias, os grupos, de no mínimo duas pessoas, enviam os seus pedidos até às 10 horas e começam a receber as marmitas a partir do meio-dia. Cada pessoa pode escolher um prato diferente dos demais. Ao todo são 116 opções. Há comida típica brasileira, oriental, árabe, mexicana, vegetariana e light.

Eventualmente a entrega pode ser feita para apenas um integrante do grupo.

Para incentivar a disciplina dos clientes, o empresário afirma que dá compensações. Se 10 pessoas fizerem o pedido, por exemplo, todos ganham a bebida, que pode ser suco, refrigerante ou chá em caixa ou garrafa de um litro. Às sextas-feiras a sobremesa é de graça. Se forem pedidas 40 refeições na semana, o grupo ganha massagem.

Atualmente, eles vendem a média de 1.100 marmitas por mês e atendem 85 empresas. Os empresários esperam faturar R$ 400 mil neste ano, com lucro de R$ 100 mil.

Os preços variam de R$ 15 (tradicional comercial feito com filé de frango ou linguiça mais arroz, feijão, batata e salada de acompanhamento) a R$ 35 (combo de comida japonesa com niguiri, hossomaki, uramaki e sashimi de salmão). Eles não cobram taxa de entrega, e o pagamento é mensal. Cada cliente tem uma conta cadastrada e pode conferir seus gastos.

Entrega antes era individual

Chun diz que a empresa não gerou lucro no início da operação. "Começamos o negócio com a entrega individual em uma área muito ampla de atuação. Percebemos que o atendimento não estava legal. Também havia atrasos e a logística era bastante complicada."

Em setembro do ano passado, o empresário afirma que eles mudaram o enfoque do negócio, realizando apenas entregas coletivas, e delimitaram a área de atuação. "Explicamos a forma em que iríamos trabalhar, os clientes aceitaram e começaram a criar os grupos."

Com a nova sistemática, Chun diz que a Marmotex faturou R$ 45 mil em quatro meses. Ele afirma que todos os restaurantes parceiros têm as embalagens da Marmotex para as marmitas saírem montadas do local. Um funcionário do site passa nos restaurantes para pegar os pedidos e entregar nas empresas.

A companhia cobra uma taxa dos restaurantes fornecedores por prato vendido. O valor da taxa não foi revelado.

Atuar de forma coletiva pode ser um problema

Para Adriano Augusto Campos, consultor do Sebrae-SP (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo), é difícil trabalhar com clientes de forma coletiva. "Você precisa contar com a organização de um grupo para fazer o pedido junto. Eles podem desistir de comprar  por causa da exigência de horário e de uma quantidade mínima de pessoas."

Por outro lado, ele diz que as pessoas têm o hábito de almoçar juntas e isso pode ser o lado positivo do negócio. "O fato de a empresa não cobrar taxa de entrega também é bastante positivo."

Campos também afirma que os empresários podem criar oportunidades em empresas que realizam treinamentos ou muitas reuniões. "Para a empresa, é mais fácil concentrar o pedido em um único estabelecimento, mesmo que os funcionários queiram pratos de diferentes culinárias."

Onde encontrar:

Marmotex: http://www.marmotex.com

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