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Serviço promete vender carro usado em até uma hora e meia em leilão online

Luca Cafici (à esq.) e Diego Fischer, sócios da start-up InstaCarro - Divulgação
Luca Cafici (à esq.) e Diego Fischer, sócios da start-up InstaCarro Imagem: Divulgação

Larissa Coldibeli

Colaboração para o UOL, em São Paulo

09/06/2016 06h00

A start-up InstaCarro promete vender seu carro usado em até uma hora e meia num leilão virtual, eliminando a peregrinação por concessionárias em busca do melhor preço. A empresa começou a funcionar em dezembro de 2015, com aporte de US$ 3,5 milhões (mais de R$ 12 milhões) de um grupo de investidores.

O modelo de negócio é inspirado em empresas estrangeiras, como a russa CarPrice, a americana We Buy Any Car e a europeia Auto1. Por enquanto, funciona apenas em São Paulo e tem cerca de 450 concessionárias parceiras cadastradas, que compram os veículos.

Como funciona

O usuário entra no site, informa os dados do veículo que deseja vender (marca, modelo e ano) e recebe uma cotação de acordo com o histórico pago pelas concessionárias. Se tiver interesse, ele agenda uma inspeção no ponto InstaCarro, no Itaim Bibi.

A inspeção dura 30 minutos e verifica 150 pontos do veículo, como pintura, motor, estofamento, funcionamento do painel e luzes. Depois disso, o carro e suas características são inseridos em uma plataforma online, e as concessionárias interessadas começam a dar lances.

Dinheiro na hora

O leilão acontece enquanto o usuário ainda está no ponto de inspeção da InstaCarro. Se o vendedor aceitar alguma das ofertas, ele vai até o cartório assinar o documento de transferência, retorna com ele até o ponto da empresa e sai de lá com o valor depositado em sua conta, pago pela InstaCarro. Só depois a empresa cobra da concessionária e fica com uma comissão -não divulgada- sobre a transação.

Não há nenhum custo para o vendedor, mesmo que ele desista da transação, segundo a empresa.

“O processo é eficiente porque a avaliação é padronizada e as concessionárias confiam”, afirma Diego Fischer, um dos fundadores.

A start-up não interfere nos valores oferecidos pelas lojas para a compra do veículo, que, geralmente, são de 20% a 35% mais baixos que os da tabela Fipe.

"Quando a loja compra um veículo, ela não sabe quando vai vendê-lo nem por quanto. Além disso, ela precisa dar garantia sobre o câmbio e o motor e ter sua margem de lucro. A plataforma ajuda lojas que já têm comprador para determinado veículo, funcionando como um estoque virtual. São elas que pagam os melhores preços."

Não vale para carros de luxo e de colecionador

A empresa não divulga quantas transações realiza, mas afirma encontrar compradores para 95% dos carros anunciados. Os modelos precisam ser acima do ano 2000, não podem ser de luxo, como Ferrari ou Porsche, nem de colecionador. "Esses são mais difíceis de vender, leva mais tempo", diz o sócio. 

Há planos de abrir outros pontos de inspeção em São Paulo e também de expandir para outras cidades, mas sem prazo definido. 

Prazo de venda e avaliação são pontos sensíveis

Para o professor especializado em start-ups Onófrio Notarnicola Filho, da Faculdade Impacta Tecnologia, a empresa tem um modelo de negócio interessante e é útil.

"O brasileiro deixa tudo para a última hora, inclusive a venda de veículo. Vai ajudar as pessoas que precisam de dinheiro rápido e as concessionárias, que poderão ter estoques menores."

Segundo ele, os pontos sensíveis do negócio são a promessa de venda em até uma hora e meia, que precisa ser cumprida, e a avaliação do veículo.

"É necessário ter e acompanhar indicadores para saber se o tempo prometido de venda está sendo cumprido. A empresa também pode ter problemas se houver falhas na avaliação do carro, precisa de atenção a isso. A área jurídica precisa ser ágil e atualizada para resolver eventuais questões", declara.

Onde encontrar:

InstaCarro: www.instacarro.com

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