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Paraolímpiada e crise inspiram associação de motéis a criar suíte acessível

Larissa Coldibeli

Colaboração para o UOL, em São Paulo

22/09/2016 06h00

A crise econômica e o sucesso da Paraolimpíada no Brasil inspiraram a Associação Brasileira de Motéis (ABMotéis) a propor a criação de um novo tipo de suíte: acessível para deficientes físicos.

Um modelo foi apresentado nesta semana, em São Paulo, para empresários do setor, durante o 4º Motel Design, evento que acontece junto com a feira de hotelaria Equipotel até esta quinta-feira (22).

Os motéis registraram uma queda de 10% a 15% no faturamento no primeiro semestre deste ano, em comparação com o mesmo período de 2015, segundo a associação. Os motivos: a crise econômica, que reduziu a clientela, e o aumento de cerca de 20% nos custos, principalmente por causa da conta de luz.

Novo público na mira

Ter diferenciais pode ajudar os estabelecimentos a se recuperarem, segundo a Associação Brasileira de Motéis.

Atualmente, ainda são poucos os motéis preparados para receber o cliente deficiente físico. Dos quase 5.000 motéis do país, apenas de 5% a 7%, ou seja, de 250 a 350 têm suítes acessíveis, estima a ABMoteis.

"Queremos incentivar que os motéis invistam em acessibilidade para atrair um novo público. São pessoas que hoje não frequentam porque não há suítes que atendam suas necessidades", diz o diretor da entidade, Carlos Negro.

Segundo ele, a suíte acessível não é de uso exclusivo para cadeirantes; ela também pode ser ocupada por outros clientes. "Por isso, preferimos chamá-la de suíte universal, pois ela atende com conforto todos os públicos."

Diferença nos detalhes

As diferenças da suíte adaptada são poucas em relação a uma suíte convencional, diz a arquiteta Patricia Fochi, responsável pelo projeto. Alguns exemplos: muda a altura de itens como interruptores de luz, a altura da cama e precisam ser instaladas barras de segurança no banheiro.

"É possível usar os mesmos materiais e o mesmo conceito de decoração de uma suíte convencional. Em alguns casos, bastam pequenas adaptações, como trocar a posição da pia e da torneira para deixá-la mais perto", diz.

Para seguir considerado acessível, um local precisa ter as características determinadas pela ABNT (Associação Brasileira de Norma Técnica).

"Uma suíte adaptada pode custar cerca de 15% mais do que uma suíte comum. O problema não está no custo, mas na cultura, que precisamos mudar", afirma Carlos Negro, da ABMoteis.

A associação disse que dará assessoria aos motéis interessados em replicar o projeto.

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