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Produtor de cogumelos cria shimeji pré-pronto para fazer no micro-ondas

Erin Mizuta

Colaboração para o UOL, em São Paulo

20/10/2016 06h00

O shimeij na manteiga, servido em restaurantes japoneses, caiu no gosto dos brasileiros. Pouco calórico, nutritivo e leve, foi a aposta da empresa Nayumi para entrar no mercado de alimentos pré-prontos.

Criada há 18 anos, a empresa produz cogumelos em Mogi das Cruzes, interior de São Paulo. Os donos tiveram a ideia de impulsionar as vendas com um novo produto: shimeji com molho pronto para preparar no micro-ondas. 

"Infelizmente, cogumelos ainda não fazem parte do hábito alimentar dos brasileiros", diz Paulo Kawakami, dono da empresa em sociedade com a mulher. "Fiquei imaginando se as pessoas não tinham medo de comprar e não saber preparar."

Degustação nas lojas

A embalagem de 150 gramas é vendida por entre R$ 10,90 e R$ 14,90 em mais de 200 lojas das redes Pão de Açúcar, Hortifruti e Sam’s Club, além de outros pontos em São Paulo. Também é encontrado em cidades como Ribeirão Preto (SP), Rio de Janeiro e Belo Horizonte, entre outras.

A principal forma de divulgação é por meio de promotores que ficam nos pontos de vendas e oferecem o produto pronto para o público experimentar.

R$ 30 mil e 8 meses

O primeiro passo para criação do novo produto foi testar a receita com shoyu, manteiga, cebolinha e sakê no micro-ondas de casa. "Testei e ficou bom!", conta Kawakami. 

Em seguida, o maior investimento foi para desenvolver uma embalagem que pudesse ser levada diretamente ao micro-ondas. Depois, vieram as fases de análises nutricionais, elaboração de etiquetas e desenvolvimento do sachê e do molho. Para isso, foram necessários R$ 30 mil e cerca de 8 meses de trabalho.

Em menos de um ano, a empresa afirma que teve retorno do investimento. Hoje, o produto corresponde a 10% das vendas da marca, o que dá cerca de R$ 60 mil por mês, com lucro de 12% (aproximadamente R$ 7.200). "A matéria-prima, que é o mais caro, nós já tínhamos", diz o produtor.

O produto é orgânico, cultivado em uma mistura de serragem, milho e soja e requer 45 dias de desenvolvimento. 

"O tempero foi regulado na versão mais aceita, sem muito sal, porque sempre se pode acrescentar mais", conta. Em breve, a empresa diz que pretende lançar a versão pré-pronta do shiitake e também com outros molhos, mais salgados ou mais apimentados.

Sem intermediários

No início, a Nayumi tinha intermediários que cuidavam da distribuição dos cogumelos para as redes varejistas. Há quatro anos, porém, decidiram assumir essa tarefa e fazer a venda direta.

Atualmente, a empresa tem 65 funcionários e produz cerca de 15 toneladas de cogumelos por mês. Conta também com 11 produtores menores terceirizados, responsáveis pelo cultivo de shiitake, champignon e shimeji branco, totalizando mais de 20 toneladas mensais.

Desafio é divulgar mais, diz consultor

Como a empresa já tem uma rede de distribuição bem estruturada e um bom conhecimento do produto, o foco deve passar para a comunicação e a divulgação do produto se quiserem expandir a marca, segundo o consultor do Sebrae-SP Fabio Brass. 

Divulgar receitas no site da empresa e em seu perfil no Facebook ajuda a tornar os cogumelos mais populares entre os brasileiros, mas pode não ser o bastante, diz Brass. Uma opção seria investir em pequenos anúncios --mas com cautela, garantindo que consegue reagir se houver um rápido crescimento na procura pelos produtos. 

É possível fazer parcerias com restaurantes para divulgar a marca. Outra sugestão para ampliar a rede de distribuição e divulgar a marca é firmar parcerias com empresas que vendem assinatura de cestas de produtos orgânicos, por exemplo. "Por se tratar de um produto que trabalha única e exclusivamente com pontos de varejo, seria interessante explorar possibilidades de parcerias estratégicas e ter mais alternativas de distribuição", afirma o consultor. 

Onde encontrar:

Nayumi: www.nayumi.com.br