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Após mala extraviada para velório, empresária faz capas e fatura R$ 70 mil

Larissa Coldibeli

Colaboração para o UOL, em São Paulo

25/11/2016 06h00

O transtorno de ter sua mala trocada em uma viagem de trabalho, em 2012, e ter de ir buscá-la em um velório rendeu a Aline Borges Heinen, 37, uma ideia de negócio. Hoje, ela e o marido são donos da Star Bags do Brasil, que vende capas para mala e fatura cerca de R$ 70 mil por mês. O lucro não foi revelado.

A empresa possui uma loja em Gramado (RS) e vende para todo o país pela loja virtual. Também faz vendas corporativas para empresas como agências de viagem e hotéis, que entregam o produto como brinde a seus clientes. São vendidas, em média, 800 unidades por mês, segundo Heinen.

As capas estão disponíveis em cinco tamanhos e com estampas variadas. Os preços variam de R$ 79 a R$ 109, de acordo com o tamanho. Também há opção de fazer capa personalizada com a foto escolhida pelo cliente. As capas são acompanhadas de um cadeado, para evitar que escapem da mala, e cada uma possui um número que não se repete para evitar a troca.

Capa feita pela mãe foi teste

A empresária conta que, depois que teve a mala trocada, tentou usar uma de cor diferente, mas que na primeira viagem ficou toda suja. Então, ela pediu para a mãe costurar uma capa para ela. “Logo no primeiro uso, na fila do check-in, pessoas começaram a me perguntar sobre a capa e a dizer que comprariam se tivesse para vender. Aí comecei a pensar na ideia”, diz.

Durante um curso de vendas para a empresa em que trabalhava como gerente comercial, ela teve que criar e vender um produto fictício para a turma e escolheu a capa para mala. “Todo mundo gostou da ideia e eu me apaixonei pelo produto ali. Na sequência, meu marido ficou desempregado e resolvemos tirar a ideia do papel”, afirma.

Começou na sala de casa e quer ir para os EUA

O casal investiu cerca de R$ 10 mil para desenvolver o produto e no aluguel de máquinas de costura. “Tudo começou na sala da minha casa. Mal dava para andar, de tanta máquina e mala que servia como molde. Até meu marido aprendeu a costurar”, declara.

Hoje, a produção é terceirizada. As capas são feitas de elastano, para se adaptar a diferentes tipos de mala.

A empresária planeja expandir o negócio por meio de franquias e, para isso, quer testar um ponto de venda em um shopping de Porto Alegre em 2017. A empresa já teve dois quiosques provisórios no aeroporto da cidade. Também há planos de levar o produto a Orlando, nos EUA, com a ajuda de um parceiro que está em busca de um ponto comercial.

Produto é copiável; marca deve ser trabalhada

Para Davi Jerônimo, consultor do Sebrae-SP, a empresária tem uma história de sucesso, pois soube identificar uma oportunidade de negócio, planejar e colocar em prática. “Ela encontrou um ramo em que conseguiu se diferenciar.”

Ele diz, no entanto, que o produto é facilmente copiável, o que pode levar a uma briga de preços no futuro. “Ela deve procurar mecanismos para criar barreiras para a concorrência, como o registro de marca e de patente. Outra estratégia é trabalhar bem a marca, para que o cliente busque o produto dela e não o da concorrência.”

Para o consultor, expandir por meio de franquias pode ser mais interessante do que ter filiais, porém, é necessário calcular todos os custos, principalmente em shopping center. “Um ponto de venda em shopping pode custar até 30% mais do que fora, o que diminui a margem de lucro. As vendas demoram a engrenar, é necessário ter capital de giro e avaliar se o volume de vendas é suficiente para ter uma boa margem.”

Onde encontrar:

Star Bags do Brasil: www.starbagsdobrasil.com