IPCA
0,83 Mar.2024
Topo

Empresa de energia solar vira franquia e promete faturamento de R$ 150 mil

Larissa Coldibeli

Colaboração para o UOL, em São Paulo

05/01/2017 06h00

Antes mesmo de a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) permitir que os consumidores gerassem e consumissem a própria energia elétrica, com a resolução 482, de 2012, o administrador de empresas Nelson Colaferro, 56, identificou oportunidades de negócio com a energia solar. Em 2010, ele fundou a Blue Sol, empresa de projetos de geração de energia solar, que acaba de virar franquia.

Confira os dados da franquia, fornecidos pela empresa:

  • Investimento inicial: a partir de R$ 280 mil, com custos de instalação, taxa de franquia e capital de giro
  • Faturamento médio mensal: R$ 150 mil
  • Lucro médio mensal: R$ 25 mil
  • Prazo de retorno do investimento: a partir de 18 meses

“Gerar energia elétrica no ponto de consumo é algo que faz muito sentido. Desde 2008 eu me interessava por energias renováveis, foram dois anos de pesquisas no Brasil e no exterior”, afirma o empresário.

Também oferece treinamentos

Inicialmente, a empresa trabalhava com projetos de energia solar desconectados da rede elétrica, ou seja, onde ainda não havia luz, atendendo, principalmente empresas do agronegócio, de telecomunicações e escolas em regiões remotas. Também oferecia treinamentos em todo o Brasil para interessados em trabalhar no setor.

“Desde 2011, identificamos que havia uma forte demanda por conhecimento. Recebíamos muitos contatos de interessados na área. Já treinamos mais de 7.000 pessoas em todas as regiões e estabelecemos parcerias com elas, fornecendo insumos para que possam desenvolver o negócio nos locais onde estão. Daí nasceu a ideia das franquias”, afirma o empresário.

Após a resolução de 2012, passou a fazer projetos conectados à rede elétrica e ampliou a gama de clientes. Hoje, 70% da clientela está em residências. Os outros 30% são empresas. “Além de diminuir custos com a conta de luz, a energia elétrica valoriza o imóvel, e a sustentabilidade pode ser usada como marketing para as empresas”, diz Colaferro.

Franqueado vende e instala

O franqueado é responsável pelas vendas e instalação dos sistemas. A franqueadora cuida da elaboração do projeto, fornecimento dos equipamentos, logística e conexão às distribuidoras.

O cliente gera e consome a própria energia, o excesso vai para a distribuidora e vira crédito na conta de luz. Se a energia solar for insuficiente, o sistema automaticamente passa a consumir a energia da distribuidora. Os projetos são elaborados seguindo o padrão de consumo dos últimos 12 meses.

Projetos custam a partir de R$ 25 mil

Um projeto pequeno, com 10 placas que captam a luz solar, é capaz de gerar energia para uma casa com até quatro pessoas e custa cerca de R$ 25 mil. “O sistema é construído para gerar energia por, no mínimo 25 anos, e praticamente não exige manutenção, pois não há atrito mecânico”, diz Colaferro.

Por causa dos custos altos, existem empresas que vendem energia solar por assinatura, como a Renova Green, de Curitiba (PR). Em vez de comprar os equipamentos, os clientes podem alugá-los.

Mesmo com o preço alto, Colaferro diz que o mercado é promissor. “São 75 milhões de consumidores de energia elétrica no Brasil. Hoje, são 7.000 sistemas conectados à rede elétrica, a previsão oficial é que, em 2024, sejam 1,2 milhão. Nossa meta é chegar a 200 franqueados até 2020, com maior potencial em cidades com residências horizontais”, declara.

A instalação em prédios também é possível, porém, a luz captada pode não ser suficiente para suprir o consumo. Uma revisão da norma 482 da Aneel já autoriza a geração remota, ou seja, o sistema é instalado em outro local. Segundo Colaferro, o mercado está se estruturando para oferecer essa solução.

Apesar do potencial, setor ainda é específico

Para a consultora especializada em franquias Ana Vecchi, da Vecchi Ancona, é crescente o interesse por energia solar, tanto por parte dos consumidores quanto por profissionais como engenheiros e arquitetos.

Ela diz que o setor tem suas peculiaridades e que é recomendado que o franqueado possua algum conhecimento técnico e de vendas. “Pelo preço dos projetos, vai atender um nicho específico de mercado. Porém, existe um mercado grande, principalmente se forem feitas parcerias com construtoras de condomínios, por exemplo.”

Ela diz que fazer parte de uma rede de franquia, nesse caso, ajuda a ter ganhos de escala, com a compra de equipamentos por menor custo.

Onde encontrar:

Blue Sol: www.bluesol.com.br