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Abriu quitanda grávida e desempregada; hoje fatura R$ 36 mi com franquia

Larissa Coldibeli

Colaboração para o UOL, em São Paulo

23/03/2017 04h00

Quando começou a vida no mundo empresarial, aos 22 anos, a assistente social Maria Cristina Craveiro Campos, hoje com 60, enfrentou seu maior desafio: estava grávida e desempregada. O marido também estava sem trabalho. Eles resolveram arriscar e abrir um pequeno negócio com todas suas economias, a Quitandinha Goiana, em Goiânia. Isso foi em 1979. De lá para cá, ela mudou de produto, diversificou o cardápio e lançou franquias. Possui 28 restaurantes e faturou R$ 36 milhões em 2016.

Diferentemente das quitandas de São Paulo, conhecidas por vender frutas e verduras, as quitandinhas em Goiás se caracterizam pela venda de salgados e grãos e biscoitos a granel. O negócio deu certo e, com a chegada do primeiro shopping a Goiânia, em 1981, o casal decidiu ampliar sua atuação. O shopping, porém, já tinha fechado contrato com uma quitanda e ofereceu ao casal um ponto para a venda de pastéis.

Inaugurou pastelaria em 18 dias

“Viajei para São Paulo para conhecer o funcionamento de uma pastelaria, peguei receitas com um famoso pasteleiro goiano, e meu marido, que é engenheiro, elaborou o projeto da loja, que foi inaugurada em apenas 18 dias com o nome QG Pastéis, uma abreviação do original”, diz ela.

Contaram com o apoio financeiro de uma parente na época, e o sucesso veio rápido. Filas se formavam e era difícil atender a todos, tanto que vendiam pasteis de um sabor por vez: uma hora só saía pastel de queijo e, quando acabava, passavam a fritar o de carne.

Ampliou o cardápio para vender mais e vai lançar nova marca

Com a chegada de outros shoppings à região nos anos seguintes, o negócio foi crescendo. O casal chegou a ter seis lojas próprias, até outra virada, em 2000: incluíram no cardápio opções de refeições com carnes grelhadas e sanduíches, adotando o nome QG Jeitinho Caseiro. “As pessoas preferem comer comida nas refeições, perdíamos vendas por só oferecer pastéis”, diz a empresária.

Com a entrada dos filhos na administração da empresa, em 2006, surgiu o projeto de franquias, e o crescimento acelerou-se. Hoje, são 28 unidades, todas na região Centro-Oeste, exceto uma no Norte, em Palmas (TO), instaladas principalmente em shoppings, hipermercados e galerias com grande fluxo de pessoas. Confira abaixo os dados da franquia, fornecidos pela empresa:

  • Investimento inicial a partir de R$ 450 mil
  • Faturamento médio mensal: R$ 110 mil
  • Lucro médio mensal: 12% (R$ 13,2 mil)
  • Retorno do investimento a partir de 36 meses

A rede pretende abrir mais cinco unidades em 2017 e chegar a um faturamento de R$ 40,5 milhões. Além disso, planejam o lançamento de uma nova marca focada no público jovem que vai montar lanches e pastéis com os ingredientes escolhidos pelos clientes.

Nova marca pode ser esforço desnecessário, diz consultor

Para o consultor especializado em franquias Luis Stockler, da BaStockler, ampliar o mix de produtos foi uma estratégia inteligente, que ajuda em momentos de crise, como o atual. “Com um cardápio variado, é possível montar combos atraentes para o consumidor, que ajudam a elevar o gasto médio e a margem de lucro sem ter que aumentar preços.”

A expansão focada em uma só região é outro acerto. “Assim eles conseguem ganhar escala onde a marca já é forte, facilita a logística e o suporte”, diz.

A ressalva, porém, é sobre o lançamento de uma nova marca. “Eles já possuem um cardápio diversificado, poderiam ampliar o eixo de atuação da primeira marca em vez de lançar uma nova, que pode ser um desperdício de energia.”

Onde encontrar:

QG Jeitinho Caseiro: www.qgjeitinhocaseiro.com.br