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Alambique de Paraty troca uva por cachaça para fazer a bebida árabe Arak

Larissa Coldibeli

Colaboração para o UOL, em São Paulo

28/03/2017 04h00

O arak, bebida destilada muito consumida em países árabes, ganhou uma versão inovadora fabricada pelo alambique Engenho D’Ouro, em Paraty (RJ): é feito a partir da cachaça bidestilada e com infusão de anis e erva-doce. Tradicionalmente, a bebida também leva anis, mas é feita com aguardente de uva. É vendida por R$ 68 a garrafa com 375 ml.

A grafia tradicional é com "k" no final, mas a marca registrada deles é com "c": Arac Engenho D'Ouro.

O teor alcoólico é alto, de 50%, por isso, costuma ser consumido diluído em água gelada ou com gelo, afirma Adriano César Carvalho da Silva, gerente do Engenho D’Ouro. O projeto teve início há cerca de dois anos e passou por testes de aceitação antes de ser comercializado.

Inicialmente, foram produzidos 1.000 litros da bebida, que é vendida nas cachaçarias do centro histórico de Paraty e no próprio alambique, que fica no bairro da Penha (Paraty).

“A bebida faz sucesso entre quem já é consumidor de arak e também entre quem nunca provou. A intenção é produzir mais 1.000 litros este ano”, afirma Silva.

Faz cachaças premiadas e vai vender licor

O Engenho D’ouro faz cachaças artesanais que receberam até prêmio internacional em Bruxelas (Bélgica). Foi criado no ano 2000 e tem produção anual de 15 mil litros. “Há planos de aumentar a produção e exportar o excedente no médio prazo.”

As cachaças custam de R$ 9 a R$ 218. É possível fazer uma degustação em passeios guiados pelo alambique, ao preço de R$ 5 por pessoa. A empresa não divulga faturamento, mas recebe, em média, 2.500 visitantes por mês.

Além do arak, a empresa também está apostando em uma linha de licores feitos com cachaça. “Nosso foco é em produtos de alta qualidade e diferenciados. Nossa cachaça é feita com cana-de-açúcar própria, orgânica, num processo bem afinado que tem o selo do Inmetro”, diz Silva.

Produto novo deve ser testado

Andrea Restrepo Ramirez, analista do Sebrae Nacional, diz que é importante que os empresários fiquem atentos às oportunidades e às possibilidades de ampliar seu leque de produtos sem precisar fazer grandes investimentos. “Participar de eventos do setor e estar atentos aos movimentos de mercado ajudam a encontrar formas de inovar”, declara.

Ter produtos variados também diminui o risco, diz ela. “Apostar em nichos diferentes ajuda a equilibrar as contas caso a demanda por determinado item caia.”

No entanto, é importante sempre fazer testes de aceitação antes de investir numa novidade. “Depois de identificar o potencial, é necessário trabalhar o marketing. No caso de produtos de nicho, isso é ainda mais importante”, declara.

Onde encontrar:

Engenho D'Ouro: www.engenhodouro.com.br