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Eram analistas de banco e hoje faturam com bloqueio de cheiro em banheiro

Márcia Rodrigues

Colaboração para o UOL, em São Paulo

27/04/2017 04h00

Os empresários Rafael Nasser, 26, e Renato Radomysler, 27, começaram a carreira profissional como analistas financeiros. Paralelamente ao trabalho, eles resolveram empreender e abriram, em 2010, o Studio D' Essence, empresa de marketing olfativo. A dupla jornada durou três anos, até os dois saírem do banco e passarem a cuidar exclusivamente da empresa.

Em abril de 2015, resolveram ampliar o ramo de atuação e criaram a FreeCô, que produz bloqueador de odores ruins nos banheiros, e se mostrou um negócio mais rentável. Enquanto o Studio D' Essence faturou R$ 2,5 milhões no ano passado, a FreeCô fechou o ano com um faturamento de R$ 5 milhões.

"Não pretendemos fechar o Studio D' Essence, mas a FreeCô passou a ser o nosso principal negócio", declara Nasser.

Frasco de 60 ml pode durar até três meses

A FreeCô tem duas fragrâncias de bloqueadores: capim-limão e cravo e canela. Cada frasco de 60 ml custa de R$ 21,90 a R$ 24,90, dependendo do Estado. 

Segundo Nasser, se apenas uma pessoa utilizar o spray uma vez por dia, todos os dias, ele pode durar até três meses. "Para bloquear o odor das fezes, basta espirrar cinco vezes dentro do vaso sanitário antes de usar, por isso ele é econômico."

De acordo com o empresário, o produto é diferente dos demais porque age para evitar a propagação dos odores, enquanto que os outros atuam para minimizá-los. "Os óleos essenciais presentes na fórmula formam uma barreira bloqueadora que impede que o cheiro ruim saia do vaso." 

Tio trouxe a ideia de criar o bloqueador dos EUA

O empresário afirma que ele e o amigo optaram por iniciar a vida empreendedora no marketing olfativo (estratégia que relaciona odores a marcas ou produtos), depois de estudarem o setor e constatarem que ele era pouco explorado. A ideia de abrir a Freecô foi motivada pelo tio de Radomysler, Roberto Guttmann.

Ao retornar de uma viagem que fez para os Estados Unidos, ele mostrou alguns bloqueadores de odores que encontrou no exterior e sugeriu que os dois criassem um produto similar. Os jovens, então, começaram a fazer testes, desenvolveram o produto e abriram a empresa com um investimento de R$ 2 milhões. Guttmann entrou como sócio do negócio.

No ano passado, a empresa tornou-se o principal negócio da dupla, apesar de ela ainda não gerar lucro. Mas eles estimam que o resultado comece a aparecer a partir do ano que vem.

A previsão é que, a partir do segundo semestre, a FreeCô comece a exportar o bloqueador de odores de banheiro para a Espanha. Os empresários também estão em negociação com alguns países da América do Sul: Paraguai, Uruguai e Argentina.

Produto é inovador, mas pode ser facilmente copiado

Para Fabiano Nagamatsu, consultor do Sebrae-SP (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo), o bloqueador de odores é um produto inovador e apresenta uma solução que incomoda quase todo mundo.

"O produto supre uma necessidade que qualquer um de nós tem. Com certeza há demanda e, por ser pioneira, a empresa facilmente conquistará cada vez mais consumidores!, diz.

O especialista afirma, no entanto, que a empresa não pode limitar a sua criação apenas em novas fragrâncias. "Eles precisam ir atrás de lançamentos nesta linha porque, em breve, haverá bastante concorrência, considerando que o produto é fácil de se copiar e não necessita de patente. Basta apresentar novas formulações."

Onde encontrar

FreeCô - https://www.freeco.com.br/

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