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Novela inspira artesãs a fazerem rabo de sereia de tricô para aquecer perna

Márcia Rodrigues

Colaboração para UOL, em São Paulo

04/07/2017 04h00

Ritinha, personagem da atriz Isis Valverde na novela "Força do Querer", da Rede Globo, usa rabo de sereia para fazer show junto com os botos na cidade fictícia Parazinho. Assim como a personagem, há um público interessado em sereísmo e que vem consumindo artigos que imitam a cauda, usados neste caso em brincadeiras ou para aquecer as pernas, como uma manta.

As artesãs Marie Castro, 27, de São Paulo, Valéria Maria Teixeira dos Santos, 55, de Santos (SP), e Eloisa Oliveira Bueno El Khouri Andolfato, 47, de Delfim Moreira (MG), por exemplo, produzem mantas de tricô em formato de rabo de sereia. A empresária Nataly Lamenha, 31, de Maceió (AL), vende peças similares importadas da China.

Como sereia, Ritinha (Isis Valverde) trabalha em aquário em "A Força do Querer" - Fabio Rocha/Divulgação/TV Globo - Fabio Rocha/Divulgação/TV Globo
Como sereia, Ritinha (Isis Valverde) trabalha em aquário em "A Força do Querer"
Imagem: Fabio Rocha/Divulgação/TV Globo

Peças são importadas da China

A empresária Nataly Lamenha, 31, criou o Nalla, um e-commerce para vender peças importadas da China, em março deste ano. Ela diz que vende até cinco mantas em formato de cauda de sereia por mês, com preço médio de R$ 220.

Entre outras peças, ela também comercializa: boneca de sereia (R$ 220), bolsa de sereia (R$ 120), top de crochê (R$ 48) e toalha de mesa (R$ 25).

Para iniciar o negócio, ela diz que investiu R$ 1.800. As peças são comercializadas para todo o país. O faturamento e o lucro não foram revelados.

Procura aumenta no inverno

Valéria Maria Teixeira dos Santos é professora aposentada. Formada em artes plásticas, ela criou o Lela Bonecas e Artesanato em dezembro de 2014 e começou a fazer bonecas de pano e peças de tricô. "Fiz uma boneca para a minha neta, as pessoas gostaram e começaram a pedir."

Ela diz que investiu R$ 5.000 para começar o negócio. Produz mantas com cauda de sereia, que custam entre R$ 80 e R$ 100, bichos de feltro (preço a partir de R$ 8) e bonecas de pano (de R$ 30 a R$ 200).

No inverno, Santos diz que faz de 10 a 15 mantas por mês. As encomendas são menores ao longo do ano, segundo ela. A artesã vende as suas peças para todo o país. Ela não revela faturamento nem lucro.

Mais pedidos de orçamento 

A artesã Elô Bueno Andolfato criou o ateliê Pedaço de Amor em março de 2007. Ela diz não lembrar qual foi o investimento para iniciar o negócio, mas já tinha máquina de costura e foi comprando linhas, lãs, agulhas aviamentos aos poucos. "Sempre trabalhei sozinha. Quando tenho muitos pedidos, a minha sogra me ajuda."

As capinhas protetoras de frutas são as peças mais baratas comercializadas por ela (R$ 18). As mantas custam a partir de R$ 280, dependendo do acabamento. Ela diz que produz poucas mantas por ano. Em junho, ela fez duas. "Já recebi vários pedidos de orçamento depois que a novela começou, mas ainda não iniciei a produção."

A empresária vende as peças para todo o Brasil. O faturamento e o lucro não foram revelados.

Preços vão de R$ 80 a 280

Marie Castro é formada em moda e começou a produzir peças de tricô, inclusive as mantas no formato de cauda de sereia, em agosto do passado. A produção é pequena: três por mês. Segundo ela, a novela tem aumentado a procura. "Eu trabalho sozinha. Estou até pensando em contratar gente para aumentar a produção."

O preço das mantas varia conforme o tamanho e o material utilizado. Ela custa de R$ 80 (para bebês) a R$ 280 (adultos). Ela também faz gorros (R$ 40), vestidos longos (preço varia entre R$ 600 e R$ 700) e outros artigos de tricô.

"Eu também criei um canal no Youtube para ensinar as pessoas a produzirem peças de tricô. Tenho patrocínio, por isso o meu custo é quase zero." As vendas são feitas pela internet para todo o Brasil. Ela não revela faturamento nem lucro.

Tricô e crochê têm consumidor cativo

Para Leandro Reale Perez, consultor do Sebrae-SP (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo), peças de tricô e de crochê têm boa aceitação do mercado, independente de modismo. "É um material que tem um público cativo e que consome em qualquer época do ano."

Perez diz que o sereísmo, no entanto, não é uma moda que deve permanecer. "Quem trabalha com artesanato e quer aproveitar a moda para criar peças e vender mais, é uma boa oportunidade. No entanto, não é recomendado fazer desse estilo o seu negócio principal."

Onde encontrar:

Marie Castro - https://www.facebook.com/mariecastrooficial/
Lela Bonecas e Artesanato - https://www.facebook.com/lela.teixeira.3
Pedaço de Amor - https://www.elo7.com.br/pedacodeamor/loja
Nalla - http://vitrine.elo7.com.br/nalla

 

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