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De santo em santo, empresa aumenta vendas com imagens sacras para igrejas

Larissa Coldibeli

Colaboração para o UOL, em São Paulo

27/07/2017 04h00

Ao procurar um chafariz para seu jardim e não encontrar nada que o agradasse, Gilberto Paixão, 47, decidiu criar a Quinta Dell’Arte, empresa de chafarizes e estátuas em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, em 2011. Com o tempo, ele percebeu o interesse por imagens sacras e passou a investir também nesse segmento. Hoje, cerca de 35% das vendas são de santos, segundo ele, e crescem gradativamente. Até um ano atrás, esse número era 20%.

Antes da Quinta Dell’Arte, eu tinha uma loja de equipamentos fotográficos profissionais que estava indo mal por causa da popularização dos smartphones com câmeras. Como sempre fui amante de esculturas e percebi uma oportunidade de mercado, decidi mudar de ramo.

A empresa vende cerca de 80 peças por mês entre chafarizes, estátuas e imagens sacras. Os principais compradores são paróquias e igrejas. O empresário não divulga faturamento nem lucro. O investimento inicial, em 2011, foi de cerca de R$ 300 mil.

As peças são feitas de diversos materiais, como mármore, bronze, ferro fundido, pó de mármore, poliresina e resina. Esse é um diferencial da empresa, segundo Paixão, pois outras empresas do ramo usam materiais menos nobres como cimento ou gesso. A produção é terceirizada, feita por artesãos e empresas de fundição, dependendo do material.

Preços chegam a R$ 38,5 mil

Os preços variam de acordo com o tamanho das peças e o material utilizado e vão de R$ 195 (estátua de querubim em pó de mármore, com 12 cm) a R$ 38,5 mil (chafariz de camponesa esculpido em mármore belga, com 1,90 m). O tamanho vai de 50 cm a dois metros.

A empresa tem uma loja física no Rio de Janeiro, mas vende para todo o Brasil por meio de um catálogo online no site. Inclusive, é por meio da internet que a maioria dos clientes chega até a empresa.

“No começo, eu anunciava em jornais locais, carros de som, revistas de decoração, mas comecei a investir em marketing digital e, hoje, mais de 80% das clientes chegam até nós pela internet. Parei de anunciar em outras mídias”, afirma o empresário.

Além de igrejas e paróquias, decoradores, arquitetos e paisagistas também são clientes fiéis, segundo Paixão.

Ampliar muito o portfólio é um risco

Luciano Salamacha, professor do MBA da FGV (Fundação Getúlio Vargas) e especialista em gestão de negócios, diz que o empresário acertou ao ter flexibilidade para adaptar seu portfólio à demanda por arte sacra. “Ele teve sensibilidade para entender o que o cliente deseja e teve flexibilidade para adaptar seus produtos.”

Por outro lado, ele diz que o empresário precisa avaliar quais são os itens que realmente rendem bom faturamento para se dedicar a eles.

“Ele precisa ter posicionamento para não ser a empresa que faz tudo e acaba não sendo conhecida por nada. Vai chegar um momento em que ele vai ter que tomar uma decisão, que talvez seja abandonar uma parte dos produtos com que ele trabalha. Focar no que dá mais lucro e se consolidar naquilo, busca qualidade de vendas e não quantidade.”

Onde encontrar:

Quinta Dell'Arte: www.quintadellarte.com.br