IPCA
0,83 Mar.2024
Topo

Bomba atômica e King Kong: pastéis têm nomes diferentes e 1/2 kg de recheio

Aline Torres

Colaboração para o UOL, em Florianópolis (SC)

30/08/2017 04h00

Bomba atômica, cabuloso, Michael Jackson, drible de vaca, pancadão e King Kong. Esses são alguns nomes diferentes de pastéis doces e salgados vendidos na Bamboo Pastelaria, em Rio do Sul, no Vale do Itajaí (SC), aberta em 2015. Os pastéis grandes, de 23 cm de comprimento, chegam a ter meio quilo de recheio.

O casal Jorge, 32, e Linara de Campos, 28, diz que os nomes são escolhidos aleatoriamente, para “fazer graça e chamar a atenção”. No cardápio, há 42 variações de pastéis, alguns com nomes tradicionais, como quatro queijos e calabresa.

No ano passado, a empresa faturou R$ 240 mil, e o lucro girou em torno de R$ 100 mil. Segundo Jorge, a pastelaria vende uma média de 2.000 pastéis por mês.

Os pastéis pequenos têm 18 cm de comprimento e pesam de 300 a 320 gramas, e os grandes medem 23 cm e variam entre 450 e meio quilo. O peso varia de acordo com o recheio. Esses pastéis custam entre R$ 14,90 e R$ 22,90, dependendo do tamanho e do recheio escolhidos.

A Bamboo lançou neste mês outro pastel, mais caro (R$ 24,90) por levar camarão, e oferecido apenas no tamanho menor (18 cm): o tarrafa furada.

Confira alguns pastéis com nomes diferentes e seus recheios:

  • Bomba atômica - Calabresa frita, bacon, azeitona, palmito, provolone, Catupiry e mozarela
  • Cabuloso – Carne em cubos, batata palha e mozarela
  • Drible de vaca – Carne em cubos, calabresa, tomate, cebola, pimentão e pimenta
  • King Kong – Chocolate ao leite com banana
  • Michael Jackson – Chocolate branco ou ao leite (ou os dois juntos)
  • Pancadão – Frango desfiado, cebola, calabresa, Catupiry, ovo e palmito
  • Pastel gateau – Chocolate ao leite servido com uma bola de sorvete
  • Perestroika de carne – Carne em cubos, Catupiry, bacon, champignon e batata palha
  • Yakisobra – Carne em cubos, tomate, cebola, pimentão e shoyu

O cliente também pode montar sua própria crepioca (uma espécie de massa de crepe feita com tapioca). Há 14 opções de recheios, como queijo, carne em cubos, frango, palmito, chocolate e banana. Custa entre R$ 8,90 e R$ 13,90 (depende do recheio escolhido).

Casal não tem funcionários

Apenas o casal trabalha na pastelaria. “Tivemos problemas para encontrar funcionários que respeitassem a visão do negócio e valorizassem a qualidade dos serviços", diz Jorge. Eles atendem até 50 mesas. As entregas em domicílio são feitas por um motoboy terceirizado.

Para investir na empresa, o casal usou R$ 2.000. O faturamento mensal é de R$ 20 mil a R$ 25 mil. E o lucro é de R$ 8.000 a R$ 10 mil por mês.

“Era um projeto certeiro porque aqui na cidade serviam basicamente pastéis de carne ou frango. Fomos atrás da confiança dos fornecedores. Nós conhecíamos muitas pessoas e pedimos crédito”, relata Jorge.

Desemprego foi incentivo para abrir o negócio

Jorge trabalhou 14 anos em uma empresa do ramo de alimentos, que faliu após as enchentes de 2011 e 2015 em Rio do Sul. Desempregado, resolveu empreender no negócio em que acreditava. Segundo ele, a rescisão, que não seria paga, foi substituída, em um acordo, por mesas e cadeiras da empresa para a pastelaria.

Ele diz que recebeu convites para abrir franquias do negócio, mas não aceitou. “Quero expandir, mas sem perder a qualidade, o que é difícil”.

Falta de funcionários pode ser o ponto fraco

De acordo com o coordenador do Sebrae na região do Vale do Itajaí, Donizete Böger, o casal teve visão de mercado, soube inovar em um produto e aproveitar a experiência no ramo.

Ele acredita, no entanto, que a falta de funcionários pode ser um ponto frágil do negócio, porque o casal ficará sobrecarregado e poderá deixar de investir em inovação, que é um diferencial competitivo. “Eles precisam vencer essa resistência, acreditar nas pessoas e agregar os parceiros certos.”

Onde encontrar:

Bamboo Pastelaria - https://pt-br.facebook.com/pastelariabamboo/