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Empresa faz feira em condomínio à noite e inclui churrasco, chope e sorvete

Fábio Luís de Paula

Colaboração para o UOL, em São Paulo

06/09/2017 04h00

A empresa Feira Premium, criada por Rafael Pinto Silva, 33, em São Paulo, organiza feiras livres dentro de condomínios fechados, exclusivas para seus moradores. Além das barracas tradicionais de frutas, verduras e pastel, também há outras opções, como churrasco, chope e sorvete frito. De segunda a sexta-feira, as feiras funcionam das 17h às 21h, para atender quem chega mais tarde em casa. No final de semana, o horário é das 10h às 14h.

Para montar a empresa em 2008, o investimento inicial foi de R$ 70 mil. No ano passado, o faturamento foi R$ 100 mil, e o lucro, R$ 30 mil.

“A ideia surgiu após participar de uma feira de artesanato com minha barraca de massas, salgados e queijos em um condomínio fechado. Então, fui atrás de feirantes parceiros que ofereciam outros tipos de produtos e negociei com o síndico do local. Foi um sucesso e comecei a montar em outros condomínios”, relata Silva, que ainda participa das feiras com sua barraca.

Nos condomínios, no entanto, os preços são mais altos que os de hortifrúti de supermercados. Segundo Silva, em média, o quilo da banana maçã comum custa R$ 9 e o da cenoura comum, R$ 4,50, nos condomínios. Em supermercados, a mesma banana pode ser encontrada por R$ 7,25 (kg) e a cenoura, por R$ 1,93 (kg). Ou seja, são 24% e 133% mais caros, respectivamente.

Feirante paga até R$ 80 à empresa por feira

A empresa tem cerca de 80 feirantes parceiros. Cada um paga por feira uma taxa que varia de R$ 40 a R$ 80 (o valor depende do tamanho da barraca e do tipo de negócio). O feirante parceiro pode participar de quantas feiras quiser.

“Alguns chegam a fazer de seis a dez feiras por semana, ou seja, mais de uma por dia”, afirma Silva. Segundo ele, entre as vantagens para os feirantes estão vendas diretas ao consumidor final em ambiente familiar e seguro e fluxo certo.

Para que não haja problemas, o condomínio deve aprovar a feira em assembleia, diz Silva. O porte da feira depende de cada negociação, com o mínimo de três barracas. Geralmente, segundo Silva, os condomínios não cobram taxas.

Expansão do negócio para outros Estados

A empresa tem mais três sócios e atua em 62 condomínios na capital paulista, na Grande São Paulo e em algumas cidades do interior do Estado de São Paulo, como Jundiaí, Sorocaba, Atibaia, Campinas e Paulínia. Até o ano passado a empresa atendia 38 condomínios.

“Ainda vamos definir detalhes e investimentos, mas a gente deve começar a atuar no Rio de Janeiro. Estamos também fechando parcerias com empresários na Bahia, Paraíba e Minas Gerais”, diz.

Comodidade, segurança e preço salgado

A dona de casa Telma Milene Sabbi, 40, diz considerar o preço dos produtos “salgado”, na feira semanal montada no condomínio (com sete torres de apartamentos) em que vive em Osasco (22 km a leste de São Paulo).

“Não há muita liberdade de escolha de produtos e valores. É uma grata surpresa ter a feira, porém o preço às vezes é abusivo. Acho que a maioria dos moradores usa a feira para compras de emergência. Por outro lado, há produtos orgânicos e mais selecionados, além de a gente ter segurança”, diz.

Volume para gerar lucro

Para Felipe Chiconato, consultor do Sebrae-SP, é normal que esse tipo de serviço tenha o preço um pouco maior. “É mais caro, pois estão inclusos comodidade, atendimento diferenciado e exclusivo.”

Chiconato diz que este é um tipo de negócio em que é preciso volume parar gerar lucro. Por isso a expansão para outros Estados é positiva.

“Hoje as grandes metrópoles crescem verticalmente, então é um nicho com potencial para ser explorado. As feiras de rua atrapalham o trânsito e ocorrem em horários em que grande parte dos consumidores não pode ir.”

Onde encontrar:

Feira Premium  - https://www.facebook.com/FEIRANOCONDOMINIO/

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