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Investiu R$ 8.000, fez cortina de box no quintal e hoje fatura R$ 6 milhões

A empresária Beatriz Cricci, 49, é dona da BR Goods - Patrícia Cruz/Sebrae-SP
A empresária Beatriz Cricci, 49, é dona da BR Goods Imagem: Patrícia Cruz/Sebrae-SP

Gabriel Navajas

Colaboração para o UOL, em São Paulo

05/10/2017 04h00

Beatriz Cricci, 49, fez à mão sua primeira cortina de box para a casa de praia da família no Ceará. De volta a São Paulo, começou a fabricar o produto na sala do apartamento onde morava. Depois transferiu a produção para o quintal da casa dos pais no interior, em Indaiatuba (SP), e hoje vende para mais de mil hospitais e cerca de 350 hotéis no Brasil e no mundo.

Em 2016, a empresa BR Goods faturou R$ 6 milhões. O lucro não foi revelado. O investimento inicial foi de R$ 8.000.

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Criada em 2001, em Indaiatuba (98 km a noroeste de São Paulo), a BR Goods fabrica cortinas (para janelas, divisórias de leitos de hospitais e box), bate-macas (sistema de proteção das paredes e portas de corredores e quartos de hospitais), persianas, corrimões, biombos hospitalares e trilhos para cortinas.

Conta hoje com 22 funcionários, 30 representantes pelo Brasil e cinco distribuidores no mundo (Argentina, Panamá, Uruguai, Arábia Saudita e Itália).

Criou coragem para oferecer o produto à primeira loja

“Comecei por necessidade, por causa do meu pai que precisava de uma cortina de box para a nossa casa de praia. Depois, passei a produzir as cortinas de box na sala do meu apartamento em São Paulo e procurei uma loja para vendê-las. Cobrava R$ 40 cada uma”, diz.

Segundo ela, para entrar na primeira loja e oferecer o produto, precisou de coragem. “Precisei passar dez vezes em frente, até criar coragem. Gostaram e passei a oferecer para outras lojas também”, diz.

Na época, as cortinas feitas de PVC que ela produzia eram vendidas para uma grande rede de hotéis. “Um de meus clientes gostou tanto que me convidou para participar da Equipotel (evento referência para o segmento hospitalar, de hotelaria e alimentação)”, relata. Lá, ela recebeu uma encomenda de 800 cortinas.

Sem espaço no apartamento, transferiu a produção para o quintal da casa do pai, em Indaiatuba, onde ficou por seis anos. Em 2007, levou as instalações para um galpão de 500 m² e, quatro anos depois, para um espaço maior (1.000 m²), onde está até hoje, na mesma cidade.

Nos primeiros dois anos da empresa, Beatriz, formada em economia, ainda dava consultoria à sua antiga empresa, na qual trabalhou por sete anos como gerente contábil, para complementar a renda da família.

Cortinas são o carro-chefe da empresa

As cortinas (para janelas, leitos de hospitais e box) ainda são o carro-chefe da empresa. “Em breve, as vendas das cortinas serão ultrapassadas pela dos bate-macas”, afirma Beatriz. A empresa começou a distribuir os bate-macas em 2009 (importava e revendia) e a fabricá-los em 2016.

Os produtos são customizados (feitos sob medida), e os preços variam de acordo com o pedido do cliente (tamanho, material, produto). Não existe um valor determinado para cada item. No final de outubro, segundo Beatriz, será lançado um site para venda direta de cortinas de box de chuveiro e cortinas de janela ao consumidor final.

Plano de ação para não perder o foco

Segundo Carla Cozer, analista de negócios do Sebrae-SP, o sucesso da BR Goods está diretamente ligado à inovação. “Ela investe nisso, sempre cria novos produtos e serviços. Reflete no aumento de faturamento e de sua participação no mercado.”

Para que a empresa continue bem no mercado, porém, a especialista alerta que a BR Goods tem de estar atenta à adaptação aos desafios que forem propostos, como a criação do bate-maca, produto que não era fabricado no início do empreendimento.

“O grande desafio é não perder o foco no que tem feito. Para isso, é preciso ter sempre um plano de ação para direcionar as ações de inovação dentro da empresa”, afirma Cozer.

Onde encontrar:

BR Goods – www.brgoods.com.br

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