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Cansou de pressão por meta em banco, abriu academia e hoje tem 23 unidades

Gabriel Navajas

Colaboração para o UOL, em São Paulo

07/11/2017 04h00Atualizada em 07/11/2017 14h44

Cansado da rotina de gerente de banco e da pressão por ter de bater metas nos três anos em que trabalhou em instituição financeira, o administrador de empresas Nelson Lins, 34, decidiu, em 2009, aproveitar o gosto pelo esporte para montar a academia Vitally, em Recife. Três anos depois, o nome foi alterado para Selfit.

Hoje, são 23 unidades no Norte e Nordeste do país, com previsão de mais oito até o fim do ano, e quatro sócios. Segundo ele, a mudança do nome foi feita quando as selfies explodiram nas redes sociais.

Surgiu a ideia de juntar selfie com fitness, dando origem à Selfit.

Nelson Lins, dono da empresa

Ele não divulga faturamento nem lucro.

Regiões eram carentes de boas academias, diz empresário

Ao sair do banco, Lins diz que buscava mais de qualidade de vida e o sonho de empreender. “Percebi que existia muita academia de bairro no Recife. Faltava algo profissional”, afirma Lins, que como gerente de banco ganhava R$ 5.000 por mês.

Ele optou pelas regiões Norte e Nordeste. “A marca teria um valor mais alto sendo líder regional, e os locais eram carentes de boas academias. O Sudeste tem maior concorrência no setor”, diz.

O investimento inicial foi de R$ 200 mil, fruto de um empréstimo no Banco do Brasil, usando o FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador), destinado, entre outras coisas, ao financiamento de Programas de Desenvolvimento Econômico.

Novos sócios e fundo de investimentos para expandir

Em 2012, o amigo José Leonardo Pereira, 38, também administrador de empresas, insatisfeito com o dia a dia no cargo de diretor de operações em uma multinacional (não quis citar o nome), tornou-se sócio.

Fizemos um novo projeto e apresentamos ao banco. Eu já tinha um know-how e histórico de pagamento por causa do empréstimo anterior. Pegamos um dinheiro maior e abrimos uma rede low cost (custo baixo).

Nelson Lins, dono da empresa

Nasciam as cinco primeiras academias Selfit, em três Estados diferentes, Bahia, Paraíba e Pernambuco. Em 2015, os sócios procuraram um fundo de investimentos para expandir o negócio, pois, dizem, seria a forma mais rápida de expansão da marca.

Recorreram a Rodrigo Martins, 34, corretor de negócios, que prospectou o fundo de investimento americano HIG, que também se associou à rede.

A academia ainda ganhou mais um parceiro, Roberto Caon, 30, administrador de empresas, que cuida da parte de expansão do negócio. Em novembro, a Selfit se tornará franquia. Valores de investimento inicial e outros números não foram divulgados.

Rede está em nove Estados

A rede está presente em 12 cidades de nove Estados: Alagoas, Amazonas, Bahia, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe.

O número de alunos e funcionários não foi divulgado. Para frequentar a academia, é necessário pagar a matrícula e uma anuidade, ambas de R$ 99,90, e escolher um dos dois planos disponíveis (padrão em todas as unidades):

  • Self (R$ 59,90): inclui horário livre, ergometria (esteira e bicicleta ergométrica) e musculação. Sem multa de cancelamento caso a saída seja comunicada com 30 dias de antecedência.
  • Blue (R$ 89,90): inclui horário livre, ergometria, ginástica, dança, livre acesso a todas as unidades, camisa blue e a possibilidade de levar um acompanhante para praticar exercícios quatro vezes por mês. Há multa de cancelamento no valor de 25% referentes às parcelas que ainda não foram pagas.

Preços atraem, mas imitações podem ser ameaça

Para Marcelo Nakagawa, professor de Empreendedorismo e Inovação do Insper, a crise econômica é uma aliada da Selfit, devido aos preços mais acessíveis, que atraem os clientes.

“Pelo momento econômico em que o Brasil vive, as pessoas buscam soluções com preços mais baixos. E a academia tem isso. A segunda questão é a nova roupagem. Vem com uma embalagem moderna. É prático. Os clientes chegam e fazem os exercícios.”

Mas, para que a empresa continue prosperando, os proprietários precisam estar atentos à concorrência, principalmente àqueles que pretendem seguir o modelo de negócio adotado, diz o especialista.

“O que tem contra eles é o efeito cópia. A gente já observou nas paleterias (lojas que vendem picolés mexicanos), por exemplo. Várias começaram a surgir como cópias, mas com preços menores. Esse efeito faz com que o produto pareça igual aos outros, que o clamor que tinha inicialmente comece a corroer”, diz.

Para ele, a empresa precisa criar uma experiência que a diferencie das demais. “O desafio é criar uma experiência que seja única para o cliente, para ele se sentir cativado e para que atinja os objetivos que quer.”

Onde encontrar:

Selfit - www.selfitacademias.com.br

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