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Empresa lava carro, calibra pneu, checa óleo e radiador em casa ou trabalho

Fábio Munhoz

Colaboração para o UOL, em São Paulo

17/01/2018 04h00

Nem sempre sobra tempo para lavar o carro ou até calibrar os pneus. O empresário Bruno Pelikan, 28, viu um serviço para explorar e criou em 2016 um serviço de lavagem de carros em domicílio, oCarGuru Club, uma start-up  que atende em São Paulo e no Rio. O faturamento e o lucro não foram divulgados.

Além da lavagem ecológica a seco e da limpeza interna, os prestadores de serviço fazem uma pequena revisão no veículo. São avaliados itens como água do radiador, nível do óleo do motor, qualidade dos pneus e estado das palhetas do limpador do para-brisa.

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"A CarGuru é uma espécie de assistente pessoal quando o assunto é carro. A gente lava, faz um checklist de prevenção e aproveita para calibrar os pneus", diz Pelikan.

Em 2017, foram cerca de 28 mil atendimentos. Para este ano, a previsão é aumentar em 30% ao mês o faturamento. A empresa tem cerca de 2.800 clientes ativos.

Pacote custa R$ 55 por mês

O CarGuru funciona como um clube, no qual o cliente paga um valor mensal para ter acesso aos serviços prestados. O pacote custa R$ 55 por mês e dá direito a uma lavagem mensal --que inclui o check-up, a aplicação de brilho extra e a calibragem dos pneus.

Apesar da necessidade de adesão, Pelikan afirma que o cancelamento pode ser feito a qualquer momento, sem carência. O pagamento pode ser feito por boleto ou cartão de crédito.

A vantagem, segundo o empresário, é a praticidade, já que os motoristas não precisam perder tempo levando o carro a um lava-rápido e tendo de esperar pela conclusão do serviço.

Por meio de um aplicativo ou da página da empresa na internet, o cliente abre um chamado e marca a data da lavagem, que pode ser feita em casa ou no local de trabalho. O atendimento é de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h, e aos fins de semana, das 8h às 16h.

"Hoje, cerca de 95% dos nossos clientes estão em prédios residenciais ou comerciais", afirma. Para garantir a segurança do veículo e do colaborador, o serviço não pode ser feito na rua.

"Por meio do app, o cliente consegue acompanhar o que o carro tem de problema. Nesse momento, a gente faz uma cotação do conserto. Se o orçamento for aprovado, pegamos o veículo, levamos a uma oficina parceira e devolvemos. Portanto, mostramos o problema e damos a solução", afirma Pelikan.

Empresa tem 180 prestadores de serviço

Para garantir atendimento em todos os bairros de São Paulo e Rio de Janeiro, a empresa conta com uma rede de 180 prestadores de serviço independentes. Quem tiver interesse em se tornar colaborador, deve fazer um cadastro pelo site da empresa.

Segundo Pelikan, o investimento inicial que o interessado deve desembolsar é de R$ 600, valor que será utilizado em treinamento e para compra do primeiro kit de trabalho --composto por panos, produtos de limpeza e um equipamento para fazer a aspiração interna e a calibragem dos pneus. Posteriormente, a compra dos itens fica por conta do colaborador.

Em São Paulo, os treinamentos duram uma semana e são aplicados na sede da empresa, em Perdizes (zona oeste). No Rio de Janeiro, parte do curso é feita pela internet. O objetivo é agilizar o procedimento, já que a estrutura do CarGuru está concentrada na capital paulista. Uma vez por mês, os diretores vão ao Rio para fazer a capacitação para grupos.

A renda dos colaboradores pode chegar a R$ 3.500, segundo Pelikan. "O valor varia conforme o engajamento da pessoa. Alguns trabalham 'full time' com a CarGuru e ganham mais. Os que fazem as lavagens como atividade secundária faturam de R$ 800 a R$ 1.500 por mês, dependendo da quantidade de serviços prestados." O empresário afirma que "a maior parte" do valor arrecadado com a lavagem fica com o trabalhador, mas o percentual não foi revelado.

Vendeu carro para montar a empresa

Bruno Pelikan diz que a ideia do negócio surgiu quando, de madrugada, a bateria do seu carro descarregou e ele não sabia a quem recorrer. "Em casos desse tipo, é comum que as pessoas fiquem sem saber o que fazer. Foi então que eu percebi que esse é um problema de todo mundo."

Deixou o emprego na área de inovação da International Paper, multinacional do ramo de papel e celulose. Vendeu seu carro por cerca de R$ 30 mil e usou o dinheiro para criar o aplicativo. Começou sozinho e depois recebeu dois sócios: Julio Herrera, 37, e Leonardo Uemoto, 28, que haviam trabalhado com ele antes.

Inicialmente chamada de EzeWash, a empresa mudou de nome em dezembro de 2016 após um reposicionamento da marca.

Padronização do serviço é desafio, diz especialista

Para Thiago de Oliveira Rodrigues, analista do Sebrae São Paulo, o principal desafio no caso da CarGuru é a padronização do serviço, já que vários prestadores diferentes fazem o atendimento ao cliente.

"Quando há vários parceiros prestadores de serviços, é muito difícil conseguir manter a qualidade, o comportamento ético, o atendimento personalizado. É um ponto que vão ter que trabalhar bastante e, claro, sempre inovar", diz Rodrigues. Para garantir que o trabalho seja bem feito, ele afirma que é necessário investir em treinamento.

O especialista sugere à empresa que adote mecanismos para garantir mais transparência e aumentar a confiança por parte do consumidor. "Eles poderiam, por exemplo, tirar fotos do carro antes do atendimento ou fazer um check-list para confirmar o que há dentro do carro. Isso deixará o cliente mais seguro."

Onde encontrar: www.carguruclub.com; aplicativo disponível para iOS e Android

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