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7 negócios com investimentos de R$ 139 a R$ 3.500; veja cuidados a tomar

Claudia Varella

Colaboração para o UOL, em São Paulo

13/06/2018 04h00

Vender cosméticos, sapatilhas, produtos para pets, chocolates, joias, pacotes de viagem. Essas são algumas opções de negócios para quem procura uma alternativa de trabalho ou nova fonte de renda para complementar o seu orçamento, mas tem pouco dinheiro para o investimento inicial. Essas empresas têm investimentos iniciais de R$ 139 a R$ 3.500.

No entanto, é preciso cuidado, porque especialistas criticam franquias em que a pessoa paga para ser um vendedor. Nesse caso, seria melhor fazer um curso e trabalhar por conta própria (leia sobre isso aqui).

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Analistas também recomendam que, antes de fechar qualquer negócio, você deve conhecer a empresa e seu ramo de atuação, para ver se combina com o seu perfil. Outra dica é não investir todo o seu dinheiro no negócio.

No caso das revendas, a recomendação é que você tenha uma empresa em seu nome, podendo ser um microempreendedor individual (MEI).

Entre franquias e revendas, o UOL selecionou sete opções de negócios, com investimentos iniciais que variam de R$ 139 a R$ 3.500. Os dados são das empresas.

1. Jequiti (revenda)

A empresa vende cosméticos. Fundada em 2006, a Jequiti tem mais de 500 produtos em seu portfólio. A empresa é do Grupo Silvio Santos e tem 300 mil vendedores cadastrados.

De acordo com a empresa, o vendedor não precisa ter empresa ou ser MEI para atuar na revenda desses produtos.

Não há investimento mínimo para ser vendedor, mas a empresa recomenda que o interessado compre um kit inicial no valor de R$ 139. O kit é composto de uma bolsa, um porta-amostras,15 flaconetes (amostras das fragrâncias mais vendidas) de 4 ml, dez sacolas plásticas, 30 fitas olfativas, seis colônias de 25 ml e um hidratante Sensi de 400 ml.

De acordo com a empresa, os preços dos produtos são tabelados. O ganho do vendedor vem dos descontos de 30% a 50% para compra dos produtos.

  • Investimento inicial (recomendado pela empresa): R$ 139 (kit inicial)
  • Faturamento médio mensal: não divulgado
  • Descontos na compra dos produtos: de 30% a 50%
  • Prazo de retorno: imediato

Cadastro: pelo site, telefone 0800 776 7575 ou diretamente com um gerente de vendas Jequiti.

2. docg. (revenda)

Lançada em fevereiro do ano passado, a docg. vende produtos para pets, como os da linha de banho (xampu e condicionador), cosméticos e perfumes,  por meio do sistema porta a porta (diretamente aos clientes e pelas redes sociais).

No catálogo, há produtos de fabricação própria e outros itens de marcas parceiras, como acessórios, alimentos úmidos (sachês), brinquedos e camas.

A empresa oferece quatro kits com produtos para revender. Os descontos para comprar e revender vão de 12,5% a 30%. Os valores para revenda são indicados no catálogo da marca. Por mês, a empresa exige uma compra mínima de R$ 150.

Confira os valores dos kits e seus descontos:

  • kit 1 - consultor regular  (com seis produtos): R$ 150. O desconto é de 25% nos produtos da marca e 12,5% nos produtos de parceiros
  • kit 2 - consultor regular (com 13 produtos): R$ 300. O desconto é de 25% nos produtos da marca e 12,5% nos produtos de parceiros
  • kit 3 - consultor líder (com 33 produtos): R$ 600. O desconto é de 30% nos produtos da marca e 15% nos produtos de parceiras
  • kit 4 - consultor líder (com 72 produtos): R$ 1.200. O desconto é de 30% nos produtos da marca e 15% nos produtos de parceiras

Os kits 3 e 4 são voltados apenas para consultor líder (que possui, no mínimo, cinco vendedores indicados por ele).

De acordo com a empresa, os vendedores só podem oferecer os produtos para pessoas físicas e não precisam ter empresa aberta. Cadastro no site

3. Mil e Uma Sapatilhas (revenda)

A empresa tem como foco a revenda de sapatilhas, mas também oferece outros tipos de calçados femininos, como sapatos de salto, tênis, botas, rasteirinhas, chinelos, anabelas, mocassins e scarpins.

Para vendedores em São Paulo, o par de sapatilhas sai por R$ 25 (dinheiro) e R$ 27 (cartão). Nos estados de RJ, PR, MG, PB, BA e MT, cada par de sapatilhas sai por R$ 27 (dinheiro) e R$ 29 (cartão).

A pessoa pode revender pelo preço que quiser. No varejo, o par de sapatilhas custa R$ 35. Os preços dos demais tipos de calçado podem ser consultados diretamente na empresa.

A primeira compra deve incluir ao menos quatro numerações diferentes (do 34 ao 39). É possível fazer a troca de produtos em até 30 dias, diretamente na loja do cadastro.

A empresa recomenda que os vendedores sejam MEI.

  • Investimento inicial: a partir de R$ 300 (12 pares de sapatilhas ao custo de R$ 25 cada um, pagos em dinheiro)
  • Faturamento médio mensal: não informado
  • Lucro médio mensal: não informado
  • Prazo de retorno: imediato

Cadastro na loja física ou online. Segundo a empresa, não há consulta ao SPC ou Serasa.

4. Ylaii Joias e Acessórios

A empresa fabrica e vende joias maciças e folheadas. Criada em 2015, a Ylaii tem três modelos de negócio: microfranquia (home office), loja e quiosque. A microfranquia tem investimento inicial de R$ 1.500.

Assessorado pela empresa, o franqueado pode montar um mix personalizado de produtos, de acordo com o perfil de sua clientela.

Segundo a empresa, é aconselhável o franqueado ser MEI.

  • Investimento inicial (microfranquia): R$ 1.500 (inclui taxa de franquia + kit inicial para o primeiro estoque no valor de R$ 1.000)
  • Royalties: 3% sobre o valor comprado de estoque
  • Taxa de publicidade: 2% sobre o valor comprado de estoque
  • Faturamento médio mensal: de R$ 2.000 a R$ 5.000
  • Lucro médio mensal: de R$ 1.000 a R$ 3.000 (depende do tipo de coleção)
  • Prazo de retorno: dois meses

Site: www.ylaii.com.br

5. Chocolateria Brasileira

A empresa atua no segmento de confeitaria e chocolates, vendendo barras, trufas e bombons, embalados um a um ou vendidos em kits.

No mercado desde 2015, a empresa lançou em abril deste ano a Chocobag, um modelo home based de franquia com investimento inicial de R$ 3.000, que inclui taxa de franquia, a mala térmica Chocobag e R$ 1 mil de trufas e barras de chocolate.

Segundo a empresa, esse modelo de negócio só pode ser vendido nas regiões onde já há franqueados (lojas e quiosques) da rede, que servem de base para o novo modelo. O abastecimento de produtos na Chocobag é de responsabilidade da loja ou quiosque daquela região.

O franqueado Chocobag pode vender todos os produtos da linha. A empresa diz, no entanto, que os mais vendidos são as trufas, barras e caixas de bombons menores para presentes.

  • Investimento inicial: R$ 3.000 (inclui taxa de franquia, a mala térmica e R$ 1.000 de trufas e barras de chocolate)
  • Taxa de publicidade: R$ 150 por mês
  • Faturamento médio mensal: R$ 5.000 (depende do volume de vendas do franqueado)
  • Lucro médio mensal: 20% sobre o faturamento bruto
  • Prazo de retorno: a partir de três meses

Site: http://chocolateriabrasileira.com.br/site/seja-um-franqueado/

Para se tornar um franqueado da marca, é preciso ser MEI e fazer o cadastro direto com a franqueadora, que direciona para regiões onde já exista uma loja da rede.

6. Sphair Cosmetics

A Sphair Cosmetics tem linhas de cosméticos, com 38 produtos de fabricação própria. Os principais são o Rosas Perfeita Premium e o Bioline.

A empresa oferece descontos de 30% a 50% ao vendedor. A recomendação é que o vendedor tenha empresa (pode ser MEI).

  • Investimento inicial: R$ 3.296 (kit inicial com 38 produtos e material de marketing para apresentar aos clientes)
  • Royalties: isento
  • Taxa de publicidade: isento
  • Faturamento médio mensal: não divulgado
  • Descontos na compra dos produtos: de 30% a 50%
  • Prazo de retorno: de um mês a seis meses

Site: http://sphaircosmetics.com/

7. Trust Intercâmbio Cultural e Turismo 

A empresa vende pacotes de viagens para intercâmbio, trabalho e turismo. Com 19 unidades (e previsão de chegar a 25 até o final do ano), a empresa tem três modelos de negócio: microfranquia, minifranquia e loja, com investimentos iniciais de R$ 3.500 a R$ 25 mil.

A microfranquia é indicada para cidades com até 200 mil habitantes. O franqueado trabalha de casa na venda desses pacotes e precisa ter uma empresa no nome dele.

  • Investimento inicial: R$ 3.500 (inclui taxa de franquia + capital de giro).
  • Royalties: isento
  • Faturamento médio mensal: R$ 25 mil
  • Lucro médio mensal: 10% sobre o faturamento
  • Prazo de retorno: a partir de 12 meses

Site: http://www.trustintercambio.com.br/franquia.php

Negócio tem de se adequar ao seu perfil, diz ABF

Ver se o negócio é adequado ao seu perfil, conhecer bem a empresa e seu mercado de atuação para alinhar expectativas e não usar 100% do seu capital para abrir a franquia. Essas são recomendações básicas que Adriana Auriemo, 43, diretora de Microfranquias da ABF (Associação Brasileira de Franchising), dá a quem quer investir em uma franquia.

“Pesquisar muito a empresa, para saber qual o seu mercado, quem são seus clientes, conversar com outros franqueados, checar o suporte que a franquia oferece, identificar custos embutidos que você terá no dia a dia e averiguar se você tem mesmo perfil para aquele tipo de negócio. São questionamentos que você tem de fazer antes de entrar em um novo negócio”, declarou Adriana.

Segundo ela, é importante nunca usar 100% do seu capital para abrir uma empresa. “Mesmo que considere que o investimento inicial seja baixo, você deve guardar uma parte para gastos extras que porventura venham”, afirmou.

Consultor recomenda a formalização do revendedor

Alisson Rezende do Nascimento, 43, consultor do Sebrae-SP, afirmou que as pessoas que trabalham com revendas de produtos (chamadas pelas empresas de consultores e distribuidores) devem se formalizar.

Para ele, as empresas deveriam olhar seus revendedores como parceiros, estimulando a sua formalização.

"Ao se formalizar, a pessoa terá alvará de funcionamento, conta bancária de pessoa jurídica, o que facilita o acesso a crédito e financiamentos, e poderá vender para outras empresas com a emissão de nota fiscal, além da segurança jurídica e acesso aos benefícios sociais que a formalidade traz, como a Previdência Social (aposentadoria, salário-maternidade e auxílio doença, por exemplo). Sem isso, a pessoa irá trabalhar na informalidade."

Uma vez formalizada, diz Nascimento, a pessoa deve focar na gestão do negócio. “O primeiro passo é se enxergar como empreendedor, investir constantemente em capacitação técnica e gestão de negócios nas áreas de marketing e vendas, de finanças e administração, entre outras”, afirmou.

Segundo ele, se a pessoa tiver uma boa gestão, irá crescer e expandir o seu negócio. “Ao atingir o faturamento anual de R$ 81 mil, que é o teto do MEI em 2018, a pessoa deverá procurar um contador e migrar para uma microempresa (ME)”, afirmou.

Os escritórios do Sebrae-SP oferecem gratuitamente ao MEI serviços de abertura, alteração cadastral, declaração anual de faturamento e geração de boleto da contribuição mensal. Essas contribuições variam de R$ 48,70 a R$ 53,70, dependendo do tipo de atividade da sua empresa.