IPCA
0,83 Mar.2024
Topo

Para fugir da crise, ela transformou um Fusca 1969 em floricultura no Rio

Valcineia Machado transformou um Fusca verde em uma floricultura, em Copacabana, no Rio de Janeiro - Arquivo pessoal
Valcineia Machado transformou um Fusca verde em uma floricultura, em Copacabana, no Rio de Janeiro Imagem: Arquivo pessoal

Marcela Lemos

Colaboração para o UOL, no Rio

06/10/2020 18h53

Um Fusca verde 1969, enfeitado com orquídeas e samambaias, é a nova floricultura do bairro de Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro. Valcineia Machado, 51, que prefere ser chamada de Roberta, teve a ideia de vender plantas e flores no chamativo Fusca, após sofrer com os impactos econômicos provocados pela pandemia do novo coronavírus.

Roberta trabalhava com aluguéis de quartos para turistas em Copacabana e viu a procura pelos espaços despencar. Tentando se adaptar à nova realidade, teve a ideia de usar o Fusca.

Comprou o carro há três meses, mas somente há três dias transformou-o em floricultura, que fica às quartas e sábados nas esquinas das ruas Rainha Elizabeth e Nossa Senhora de Copacabana.

Ainda não tenho licença da Prefeitura, então pego uma vaga, pago pelo talão [da zona azul] e fico ali vendendo. Todo mundo para para tirar foto.
Valcineia Machado, dona do Fusca

O carro foi comprado por R$ 8.000. Somente nos três dias em que o veículo virou uma floricultura, Roberta conseguiu faturar R$ 1.300.

"O primeiro dia foi o mais forte, consegui R$ 600. Depois caiu um pouco, mas é assim mesmo", afirmou.

A vendedora conta que chega cedo ao local, abre o carro e expõe no capô e no teto do veículo plantas como orquídeas, samambaias, rosas, girassóis, entre outras.

Batizado em homenagem à mãe de Roberta

Valcineia Machado transformou um Fusca verde em uma floricultura, em Copacabana, no Rio de Janeiro - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
Imagem: Arquivo pessoal

O Fusca foi batizado em homenagem à mãe de Roberta, Lia, que faleceu recentemente, aos 93 anos, por problemas no coração. Ele é chamado de Lia Linda Flor e, segundo Roberta, ajudou-a a superar a perda da mãe.

Ela diz que já recebia elogios pelo carro antes de transformá-lo em loja.

Todo mundo gosta do Fusquinha. Antes de eu colocar as flores, já buzinavam na rua para elogiar meu carro. Queriam me colocar em grupo [de aplicativo de mensagens] de donos de Fuscas. Agora, com as flores, mais gente ainda passou a gostar dele.
Valcineia Machado, dona do Fusca

Novos negócios

O Fusquinha não completou nem uma semana em Copacabana, e a sua dona já tem planos de levá-lo a outros bairros do Rio.

"Vai ser uma floricultura viajante. Quero levá-lo para outros bairros turísticos e também para a zona norte", disse.

Além de vender as plantas, Roberta conta que passou a receber encomendas e convites para eventos.

"Já fui chamada para um evento do Outubro Rosa. Querem o Fusquinha lá com as flores e com tudo que tem direito", contou aos risos.