Governo quer mais mulheres em profissões dominadas por homens
O governo federal lançou nesta segunda-feira (12) uma campanha que pretende aumentar a participação feminina em profissões e setores da economia tradicionalmente dominados por homens, como construção civil, indústria e informática.
Em cerimônia no Palácio do Planalto, a ministra Eleonora Menicucci, da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, lançou a ação “Mulheres que Inovam”, que busca incentivar mulheres a fazerem cursos técnicos nessas áreas. A campanha terá como carro-chefe um comercial de TV que anuncia as vagas e pede a participação feminina.
O objetivo é elevar o número de mulheres nos cursos do Pronatec (Programa Nacional de Acesso Técnico e Emprego), para qualificá-las em profissões como eletricista, torneiro mecânico, pedreiro e instalador predial. “Queremos romper com velhos preconceitos, como a de que trabalho feminino é leve e complementar ao masculino, ou ainda ligado aos afazeres domésticos”, disse Eleonora Menicucci.
Na cerimônia, mulheres que já passaram por qualificação em cursos que eram feitos majoritariamente por homens relataram ter sofrido preconceito durante as aulas, no local de trabalho e até da família. Mas, apesar das dificuldades, elas concluíram os cursos e agora contribuem com o sustento da família.
Uma delas é Débora Ferreira, de Aparecida de Goiânia (GO), que fez o curso de mecânica e máquinas industriais pelo Pronatec e conta que enfrentou resistências em relação à área escolhida. “Passei por muito preconceito dentro de casa e da sala de aula. Ainda não estou atuando na área, pois não tenho experiência.”
Maria Raquel da Silva, casada e mãe de dois filhos, relata a trajetória de avanço na qualificação profissional. “Comecei no Programa Minha Casa, Minha Vida, como pedreira. Fiz curso de eletricista e instalador predial pelo Pronatec e estou atuando na área. A mensagem que quero passar é que, como nós vencemos, todas as mulheres podem vencer também,” disse.
"Queremos que a mão de obra feminina seja tão reconhecida como a masculina. Falta muito ainda, mas vamos conseguir. Muitas mulheres não entram para a construção civil por medo de sofrer preconceito, mas já demos um passo muito grande no sentido de romper o preconceito tanto por parte dos trabalhadores quanto dos empregadores", completou a ministra Menicucci.
(Com Agência Brasil)
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