IPCA
0,83 Abr.2024
Topo

Homem tem 20 vezes mais chances de virar CEO do que mulher

Do UOL, em São Paulo

27/06/2013 06h00

Uma pesquisa realizada nas 250 maiores empresas do Brasil aponta que um homem tem 20 vezes mais chances de alcançar o cargo de CEO do que uma mulher. Segundo o levantamento, 96% das companhias tinham homens no cargo executivo mais alto, enquanto apenas 4% eram mulheres.

LEIA MAIS

  • Claudia Sender, da TAM, é 1ª mulher a assumir empresa aérea no país

  • Graça Foster diz não ter problemas por ser 1ª presidente da Petrobras

  • Diretora-executiva do Yahoo acaba com trabalho remoto

Os números, organizados em um estudo da Bain & Company, apontam que a diferença entre homens e mulheres aumenta de acordo com o crescimento dos salários.

Entre universitários, elas representavam 58% e eles, 42%. Nos primeiros anos de carreira, a diferença cai um pouco, as mulheres são 56% e os homens, 44%.

Quando se tornam executivos, as proporções se invertem: mulheres caem para 14% e homens saltam para 86%. Na chefia das empresas, o número aumenta: 96% para eles e 4% para elas. No cargo máximo, ocupado pelos conselheiros de uma companhia, as mulheres ocupam apenas 3% dos cargos, enquanto os homens são 97%.

Motivos

E não é por falta de motivação, 66% delas e 72% deles desejam chegar ao cargo de líder de negócios de nível sênior. A Bain & Company ouviu 514 profissionais brasileiros para saber o que motiva essa diferença entre os gêneros.

O resultado, mostra a consultoria, é que desigualdade é estimulada pela falta de valorização do tipo de liderança feminina e a ausência de políticas específicas para que os funcionários consigam equilibrar vida pessoal e profissional.

A pesquisa ainda aponta que para 66% dos entrevistados, as mulheres abrem mão de parte da progressão na carreira para obter um estilo de vida mais balanceado. Outros 55% afirmaram que a carreira das mulheres avança mais lentamente (ou não avança) por conta da combinação de compromissos profissionais e familiares.

A mesma porcentagem de profissionais disse que a dificuldade de ascensão na carreira é consequência de que as mulheres preferem dar prioridade à família em detrimento do trabalho. Para 46%, as mulheres são mais bem preparadas para cuidar da família do que os homens.

O estudo ainda mostra que as empresas devem criar ambientes que adotam uma variedade de estilos e modelos de trabalho. “Sem isso, as organizações vão continuar a perder líderes do sexo feminino—atuais e potenciais—destruindo as sim a oportunidade de colher os frutos da diversidade em sua equipe de liderança”, aponta o relatório.

Desse modo, a companhia sugere quatro iniciativas que podem estimular a paridade entre os gêneros:

  1. Criação de modelos de trabalho que apoiem homens e mulheres em suas responsabilidades familiares;
  2. Liderança da organização comprometida de forma visível;
  3. Garantia de que os processos de seleção e promoção não sejam enviesados e que a tomada de decisão envolva um conjunto diverso de pessoas;
  4. Comunicação e internalização de valores, comportamentos e normas culturais.