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Protesto contra demissões em montadoras de SP bloqueia rodovia por 3 horas

Do UOL, em São Paulo

12/01/2015 12h30

Um protesto de metalúrgicos do ABC bloqueou parcialmente a rodovia Anchieta por cerca de três horas na manhã desta segunda-feira (12). A manifestação, que começou por volta das 8h, era contra a demissão de 800 funcionários da Volkswagen e 160 da Mercedez-Benz nas fábricas de São Bernardo do Campo, região metropolitana de São Paulo.

Segundo a Polícia Militar, 7.000 pessoas participaram do protesto. O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, que organizou o ato, afirma que foram 20 mil.

De acordo com a Ecovias, concessionária que administra o Sistema Anchieta-Imigrantes, os manifestantes caminharam pelas marginais nos dois sentidos da rodovia. No sentido São Paulo, foram do km 23 ao km 21.

No sentido litoral, eles caminharam do km 16 ao km 21. Nesse sentido, a partir do km 18, há apenas uma pista, com quatro faixas. Assim, duas faixas foram bloqueadas para os manifestantes passarem, e as demais seguiram liberadas ao trânsito.

A Polícia Rodoviária e soldados da Polícia Militar acompanharam as duas passeatas. Além de funcionários da Volkswagen e da Mercedes-Benz, também participaram trabalhadores da Ford.

Os funcionários da fábrica da Volkswagen em São Bernardo do Campo estão em greve desde o último dia 6 por causa dos cortes na Unidade Anchieta. Já os da Mercedes-Benz seguem trabalhando, mas paralisaram as atividades por 24 horas no último dia 7.

Setor cortou 12,4 mil vagas no ano passado

No ano passado, as montadoras cortaram 12,4 mil vagas, segundo a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores). Só entre novembro e dezembro, foram 1.500 cortes. O setor terminou 2014 com 144,6 mil trabalhadores empregados. Um ano antes, as montadoras empregavam 157 mil pessoas. 

Os cortes aconteceram apesar de um acordo feito com o governo para manter a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Em contrapartida, as montadoras se comprometeram a reduzir preços e não demitir funcionários.

O corte do IPI foi anunciado em maio de 2012, entre as medidas para tentar estimular a economia brasileira em meio à crise global. A proposta era que o governo, aos poucos, aumentaria o imposto, até retornar ao nível original. Isso, no entanto, foi sendo adiado sucessivamente e só aconteceu agora, no começo de 2015.

As montadoras alegam que foi cumprido o combinado, uma vez que os cortes foram gerados por programas de demissão voluntária, fechamento de vagas por aposentadoria, fim de contratos temporários e acordos com sindicatos.

A redução do imposto ajudou a manter as vendas de veículos em alta até 2012, mas, nos dois anos seguintes, o setor teve queda nas vendas. A expectativa é de que a tendência se mantenha em 2015.

(com agências)