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Pesquisa: maioria das domésticas de SP tem mais de 39 anos e metade é negra

Do UOL, em São Paulo

23/04/2015 15h46Atualizada em 23/04/2015 15h46

A maioria das trabalhadoras domésticas na região metropolitana de São Paulo passou dos 40 anos, e mais da metade delas é negra, segundo um estudo da Fundação Seade que traçou o perfil das trabalhadoras domésticas.

Em 2007, praticamente metade das empregadas (49,7%) tinha mais de 39 anos. Esse número saltou para 67,4% em 2014. 

Além disso, mais da metade das trabalhadoras domésticas é negra, proporção maior do que em outros tipos de trabalho. Em 2014, 52,6% das empregadas domésticas eram negras. Se forem considerados todos os tipos de trabalho, as negras eram 38,1%.

As mulheres são a ampla maioria entre os empregados domésticos, representando 96,5% de um total de 634 mil em 2014. Ainda segundo o estudo, a maioria mora em regiões periféricas de São Paulo. 

Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (23), como parte de um estudo sobre o trabalho doméstico na região, baseado na Pesquisa de Emprego e Desemprego, da Seade (Fundação Estadual de análise de Dados) e do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).

Parcela de domésticos é a menor desde 1985

A parcela de empregadas domésticas na região metropolitana de São Paulo caiu de 14% para 13,7% do total de trabalhadoras em 2014, segundo o estudo. É a menor proporção registrada desde 1985, quando começou o levantamento.

Caiu também o número de empregadas que dormem na casa onde trabalham. Em 1992, elas eram quase um quarto, ou 22,8%, do total. Em 2014, esse número ficou em 2%.

Cresce número de carteiras assinadas

A pesquisa também registrou aumento no número de carteiras assinadas de mensalistas. Em 2014, foram 40,9% do total, contra 38,6% em 2013 e 31,4% em 2003.

Da mesma forma, o número de funcionárias informais caiu de 23,3%, em 2013, para 20,3%, em 2014. Em 2003, elas eram 43,9% do total de domésticas.

O número de diaristas teve leve aumento entre 2013 e 2014, passando de 38,1% para 38,7%. Em 2003, era 24,7%.

Segundo o estudo, essas mudanças são reflexo do aumento de número de carteiras de trabalho assinadas nas contratações em geral no mercado brasileiro, mas também do impacto da PEC das Domésticas, que entrou em vigor em 2013 e amplia o direito dos trabalhadores.

Por outro lado, praticamente a metade (47,9%) não contribui com a Previdência Social.

Salário das diaristas aumentou

O salário das diaristas foi de R$ 8,56 por hora, em média, em 2014, aumento de 6,3% em comparação com 2013.

As mensalistas com carteira assinada ganharam R$ 6,59 por hora, em média, valor que ficou estável; as trabalhadoras sem carteira tiveram um maior aumento, de 14,1%, mas ganhando, em média, R$ 5,59 a hora.