Rendimento real dos trabalhadores tem maior queda mensal em 12 anos
De fevereiro para março, o rendimento médio real (descontando a inflação) dos trabalhadores teve a maior queda desde janeiro de 2003, segundo dados da Pesquisa Mensal do Emprego (PME), divulgada hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo a pesquisa, a renda caiu de R$ 2.196,76 para R$ 2.134,60, numa baixa de 2,8%.
Na comparação com março do ano passado (R$ 2.200,85), a perda do rendimento foi de 3%, no maior recuo desde fevereiro de 2004.
Maior perda para funcionários públicos e militares
Os funcionários públicos estatutários e militares foram os que mais perderam rendimento na comparação com fevereiro, e também na comparação anual, com quedas de 2,3% e 3,1%, respectivamente.
No ano passado, a renda média desse grupo era de R$ 3.726,10 e, neste ano, o valor ficou em R$ 3.612,10.
Segundo a coordenadora da Pesquisa Nacional por Amostra por Domicílio, Maria Lúcia Vieira, que apresentou os dados da PME, a falta de reajustes pode ter sido uma das causas da queda.
Segunda maior perda: trabalhador com carteira assinada
Os trabalhadores com carteira assinada sofreram a segunda maior redução de rendimento, e perderam 2,1% em comparação com fevereiro, e 2,3% na comparação com março de 2014.
A renda média desse grupo caiu de R$ 2.005,37 para R$ 1.959,70, enquanto os trabalhadores sem carteira assinada passaram de R$ 1.518.63 para R$ 1.560,00, com uma alta de 2,7%. Em relação a fevereiro, no entanto, esse grupo também perdeu renda, com uma queda de 0,4%.
Entre regiões, maior queda em Salvador
No rendimento médio habitual dos trabalhadores nas seis regiões metropolitanas pesquisadas, a maior queda ocorreu em Salvador: a renda caiu 6,8% na comparação com fevereiro e 6,9% em relação a março de 2014, chegando a R$ 1.601,80, a menor entre as seis regiões.
Quem mais sentiu os efeitos da queda no rendimento em Salvador foi o trabalhador por conta própria: a renda caiu 7% em relação a fevereiro, e 18,7% frente a março de 2014. Lá, a renda do trabalhador sem carteira assinada no setor privado subiu 9,1% em comparação com fevereiro, e 18,8% em comparação com março.
Porto Alegre teve a segunda maior queda no rendimento na comparação com o mês de fevereiro, de 4,4%. Em relação a março do ano passado, a região metropolitana gaúcha teve recuo de 3,5% no rendimento real habitual dos trabalhadores, que ficou em R$ 2.099,30.
A região metropolitana do Recife foi a única que teve aumento da renda na comparação com o ano passado, com alta de 2,2%, de R$ 1.605,06 para R$ 1.641,00. Quando analisado o mês imediatamente anterior, houve retração de 1,4% na renda.
Rio de Janeiro (-2,6%), Belo Horizonte (-3,1%) e São Paulo (-2,3%) também tiveram queda na comparação com fevereiro. Quando comparadas a março de 2014, essas três regiões metropolitanas tiveram queda de 2,2%, 2,8% e 3,4%.
(Com Agência Brasil)
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