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Desemprego bate 10,2% e atinge 10,4 milhões de pessoas; é o pior desde 2012

Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Imagem: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Do UOL, em São Paulo

20/04/2016 09h08Atualizada em 20/04/2016 19h01

O desemprego no país atingiu, em média, 10,2% no trimestre que vai de dezembro de 2015 até fevereiro de 2016. É a primeira vez que a taxa atinge dois dígitos e o maior nível registrado pela pesquisa, que começou a ser feita em 2012. 

No mesmo período, o número de desempregados no Brasil chegou a 10,4 milhões de pessoas, em média. É o maior nível registrado pela pesquisa, e a primeira vez que ultrapassa a marca de 10 milhões, em meio ao cenário de forte recessão e queda na renda. 

Os dados são do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O IBGE considera desempregado quem não tem trabalho e procurou algum nos 30 dias anteriores à semana em que os dados foram coletados.

Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (20) e fazem parte da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua mensal. São pesquisados 211.344 casas em cerca de 3.500 municípios. A pesquisa usa dados de trimestres móveis, ou seja, de três meses até a pesquisa.

Comparação com resultados anteriores

Entre novembro de 2015 e fevereiro de 2016, a taxa de desemprego foi de 10,2%:

  • no trimestre anterior (set-15 a nov-15), havia sido de 9%;
  • um ano antes (nov-14 a fev-15), havia sido de 7,4%;
  • no trimestre encerrado em janeiro (out-15 a jan-16), havia sido de 9,5%.

O número de desempregados chegou a 10,4 milhões de pessoas:

  • no trimestre anterior (set-15 a nov-15), havia sido de 9,1 milhões (alta de 13,8%);
  • um ano antes (nov-14 a fev-15), havia sido de 7,4 milhões (alta de 40,1%);
  • no trimestre encerrado em janeiro (out-15 a jan-16), havia sido de 9,6 milhões (alta de 7,8%).

População ocupada

Segundo a pesquisa, a população ocupada somou 91,1 milhões de pessoas, queda de 1,1% quando comparada com o trimestre de setembro a novembro de 2015.

Comparada com o resultado de um ano antes, houve queda de 1,3%, de acordo com o instituto.

Carteiras assinadas caem 1,5%

O número de trabalhadores com carteira assinada caiu 1,5% no trimestre até fevereiro, em comparação com o trimestre terminado em novembro do ano passado.

Em relação ao mesmo trimestre de 2015, foi registrada queda de 3,8%.

Indústria foi a que mais demitiu

Na análise por atividade, a indústria foi a que registrou maior retração em relação ao trimestre de setembro a novembro de 2015. A população ocupada caiu 5,9%.

O setor de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas teve a segunda maior queda no número de empregados: 2,5%.

Rendimento médio de R$ 1.934

O rendimento médio real (ajustado pela inflação) dos trabalhadores foi de R$ 1.934, enquanto o registrado no período de setembro a novembro de 2015 havia sido de R$ 1.954. O resultado é considerado estável pelo IBGE.

Na comparação com mesmo trimestre do ano passado (R$ 2.012), houve queda de 3,9%.

Três pesquisas sobre emprego

O IBGE fazia mais duas pesquisas com dados de desemprego, mas vai manter apenas a Pnad Contínua mensal, que é nacional.

A PME (Pesquisa Mensal de Emprego) media a taxa mês a mês, com base em seis regiões metropolitanas: Recife, Belo Horizonte, São Paulo, Salvador, Rio de Janeiro e Porto Alegre. A última divulgação da PME foi em março e indicou que o desemprego atingiu 8,2% em fevereiro.

A Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário (Pimes) foi divulgada até fevereiro e, depois, encerrada. Segundo ela, o número de trabalhadores na indústria em 2015 caiu 6,2%, quarto ano seguido de queda e o maior tombo desde 2002, quando a pesquisa começou a ser feita.

(Com Reuters)

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