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Brancos ganham, em média, 72,5% mais do que pretos e pardos, diz IBGE

Do UOL, em São Paulo

05/12/2018 10h00

Um trabalhador branco recebeu, em média, 72,5% a mais do que um profissional preto ou pardo em 2017. Enquanto uma pessoa branca teve rendimento médio de R$ 2.615 no ano passado, um negro (soma da população preta e parda) recebeu R$ 1.516.

Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (5) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) e têm como base informações da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua. O levantamento não apresenta resultados para amarelos (pessoa que se declara de origem japonesa, chinesa, coreana etc.), indígenas ou sem especificação.

O uso do termo "preto" costuma ser criticado nas redes sociais como supostamente preconceituoso, mas é a terminologia oficial da pesquisa do IBGE. O grupo mais genérico de "negros" reúne as cores específicas, "preta" e "parda", explica o instituto.

Na comparação por sexos, a desigualdade persiste, mas em menor grau. Em 2017, os homens tiverem renda média de R$ 2.261, enquanto as mulheres receberam R$ 1.743. Isso significa que os homens ganharam 27,9% a mais do que as mulheres.

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Renda média do trabalhador cai 4,4%

Entre 2014 e 2017, a renda média do trabalhador brasileiro caiu 4,4%. Os rendimentos, que eram de R$ 2.132 em 2014, passaram a ser de R$ 2.039 no ano passado. A variação foi calculada sobre o valor nominal, ou seja, sem considerar os efeitos da inflação.

A principal causa, segundo o IBGE, foi a crise econômica, que fez com que muitos brasileiros perdessem o emprego ou entrassem para a informalidade.

Na comparação com 2012, primeiro ano da pesquisa, houve aumento de 2% na renda média dos trabalhadores.

Veja abaixo o rendimento médio da população ocupada em cada ano:

  • 2012: R$ 1.992
  • 2013: R$ 2.060
  • 2014: R$ 2.132
  • 2015: R$ 2.048
  • 2016: R$ 2.053
  • 2017: R$ 2.039

Desocupação quase dobra em 3 anos

A taxa de desocupação (população com idade para trabalhar, mas que não exerce atividade remunerada) subiu de 6,9%, em 2014, para 12,5%, em 2017. Esse aumento, que corresponde a mais 6,2 milhões de desocupados, pode ser atribuído à entrada de pessoas no mercado de trabalho à procura de ocupação (5,2 milhões) e à redução de 1 milhão de pessoas ocupadas no período, segundo o IBGE.

A desocupação é maior entre mulheres e negros. No ano passado, 14,6% das mulheres em idade para trabalhar não exerciam atividade remunerada. Entre os homens, o percentual foi menor: 10,9%.

No caso da população negra, 14,7% da força de trabalhado estava desocupada, enquanto a proporção era de 10% para os trabalhadores que se consideram brancos.

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