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Desemprego no país é de 11,8% e atinge 12,6 milhões de pessoas, diz IBGE

Afonso Ferreira e Mariana Bomfim

Do UOL, em São Paulo

30/08/2019 09h05Atualizada em 30/08/2019 10h24

O desemprego no país foi de 11,8%, em média, no trimestre encerrado em julho. A queda em relação à taxa do trimestre anterior (12,5%) e do mesmo trimestre do ano passado (12,3%) foi puxada pela informalidade, com recorde de empregados sem carteira assinada e trabalhadores por conta própria.

Segundo o IBGE, o número de desempregados no Brasil foi de 12,6 milhões de pessoas, o que representa uma queda de 4,6% (menos 609 mil pessoas) frente ao trimestre anterior. Estatisticamente, o número ficou estável em relação a igual período de 2018 (12,8 milhões).

Os dados fazem parte da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua e foram divulgados hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A pesquisa não usa só os trimestres tradicionais, mas também períodos móveis (como fevereiro, março e abril; março, abril e maio etc.).

O total de pessoas ocupadas no país (93,6 milhões) cresceu nas duas comparações e é a maior da série: 1,3% (mais 1,219 milhão de pessoas) em relação ao trimestre encerrado em abril e 2,4% (mais 2,218 milhões pessoas) na comparação como o mesmo período do ano passado.

A elevação de 1,2 milhão de pessoas no contingente de ocupados, com redução significativa da pressão sobre o mercado de trabalho [menos 609 mil pessoas desocupadas], provocou essa retração considerável na taxa.
Cimar Azeredo, gerente da Pnad Contínua

População subutilizada

A população subutilizada (28,1 milhões) não teve variação significativa frente ao trimestre anterior, mas subiu 2,6% (mais 703 mil pessoas) em relação ao mesmo período de 2018.

O IBGE considera subutilizadas as pessoas que estão desempregadas, que trabalham menos do que poderiam, que não procuraram emprego, mas estavam disponíveis para trabalhar ou que procuraram emprego, mas não estavam disponíveis para a vaga.

Queda no rendimento

O número de empregados no setor privado com carteira assinada (exceto trabalhadores domésticos) foi de 33,1 milhões de pessoas no trimestre encerrado em julho, o que representa estabilidade tanto na comparação com o trimestre anterior quanto em relação ao mesmo período do ano passado.

O rendimento médio do trabalhador no período foi de R$ 2.286, queda de 1% frente ao trimestre anterior. Na comparação com o mesmo período do ano passado, não teve variação significativa.

Informalidade bate recorde

O número de empregados do setor privado sem carteira assinada (11,7 milhões) atingiu recorde e subiu nas duas comparações: 3,9% frente ao trimestre anterior e 5,6% em relação ao mesmo trimestre de 2018.

A categoria dos trabalhadores por conta própria também bateu recorde da série histórica (iniciada em 2012), alcançando 24,2 milhões de pessoas no período. Houve alta de 1,4% em relação aos três meses anteriores e de 5,2% frente ao mesmo período do ano passado.

4,8 milhões de desalentados

Segundo o IBGE, o país tinha 4,8 milhões de pessoas desalentadas (que desistiram de procurar emprego) no trimestre encerrado em julho. O número não mostrou variação significativa tanto em relação ao trimestre anterior quanto na comparação com o mesmo período de 2018.

A população desalentada é definida como aquela que estava fora da força de trabalho por uma das seguintes razões: não conseguia trabalho; não tinha experiência; era muito jovem ou idosa; ou não encontrou trabalho na localidade —e que, se tivesse conseguido trabalho, estaria disponível para assumir a vaga.

Metodologia da pesquisa

A Pnad Contínua é realizada em 211.344 casas em cerca de 3.500 municípios. O IBGE considera desempregado quem não tem trabalho e procurou algum nos 30 dias anteriores à semana em que os dados foram coletados.

Existem outros números sobre desemprego, apresentados pelo Ministério da Economia, com base no Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). Os dados são mais restritos porque consideram apenas os empregos com carteira assinada.

(Com Reuters)

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