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IBGE: Informalidade atingiu 29,8 milhões de pessoas na 1ª semana de junho

IBGE também estimou que, no período, 170 milhões de pessoas estavam em idade para trabalhar, mas só 83,7 milhões estavam ocupadas - Cadu Rolim/Fotoarena/Estadão Conteúdo
IBGE também estimou que, no período, 170 milhões de pessoas estavam em idade para trabalhar, mas só 83,7 milhões estavam ocupadas Imagem: Cadu Rolim/Fotoarena/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

26/06/2020 14h39Atualizada em 26/06/2020 15h09

A taxa de informalidade subiu de 34,5% na última semana de maio para 35,6% na primeira semana de junho, com mais 692 mil pessoas nessa condição. O total de informais, que chegou a 29,9 milhões no início de maio, caiu ao longo do mês, mas voltou a subir na primeira semana de junho, somando 29,8 milhões.

Os dados são da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio) Covid-19, divulgada hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O levantamento, feito com o apoio do Ministério da Saúde, é uma versão da Pnad Contínua que busca identificar os impactos do coronavírus no mercado de trabalho.

O IBGE também estimou que, na primeira semana de junho, 170 milhões de pessoas estavam em idade para trabalhar, mas somente 83,7 milhões estavam ocupadas. Na comparação com a última semana de maio, esses números permanecem estáveis, e apontam que menos da metade (49,3%) estava trabalhando no início deste mês.

Além disso, caiu de 14,5 milhões para 13,5 milhões o número de pessoas ocupadas que estavam temporariamente afastadas do trabalho (em quarentena ou férias coletivas) devido ao isolamento social. Isso representa 16,1% do total de empregados do País.

Na primeira semana de junho, 8,9 milhões trabalharam de forma remota, o que representa 13,2% da população ocupada e não afastada do trabalho em virtude da pandemia. Na primeira semana de maio, esse número era de 8,5 milhões de trabalhadores; na última, de 8,8 milhões.

Já os desempregados que gostariam de trabalhar, mas não procuraram emprego por causa da pandemia ou por falta de vagas no local onde vivem ficaram em 17,9 milhões de pessoas, número relativamente estável na comparação com o fim de maio. Esse grupo correspondia a 66,8% das pessoas não ocupadas que não buscaram por trabalho e gostariam de trabalhar.

9,7 milhões sem remuneração

Na última quarta (24), o IBGE já havia divulgado a Pnad Covid-19 mensal, que aponta que 9,7 milhões de trabalhadores ficaram sem remuneração em maio por conta da pandemia. Isso corresponde a mais da metade (51,3%) das pessoas que estavam afastadas de seus trabalhos e a 11,7% da população ocupada do País, que totalizava 84,4 milhões.

"Nós já sabíamos que havia uma parcela da população afastada do trabalho e agora a gente sabe que mais da metade dela está sem rendimento. São pessoas que estão sendo consideradas na força [de trabalho], mas estão com salários suspensos. Isso não é favorável e tem efeitos na massa de rendimentos gerada", comentou o o diretor adjunto de pesquisas do IBGE, Cimar Azeredo.

A pesquisa mostrou que 19 milhões de pessoas (ou 22,5%) estavam afastadas de seu trabalho, a maior parte (15,7 milhões) por conta do distanciamento social. Além disso, o grupo etário com maior proporção de pessoas afastadas do trabalho foi o de 60 anos ou mais: 27,3%.

Trabalhadores domésticos sem carteira foram os mais afetados, registrando o maior percentual de pessoas afastadas devido à pandemia (33,6%), seguidos pelos empregados do setor público sem carteira (29,8%) e pelos empregados do setor privado sem carteira (22,9%). Já entre os trabalhadores domésticos com carteira, o percentual de afastados foi de 16,6%.

Pnad Covid-19

As entrevistas para a Pnad Covid-19 começaram em 4 maio, e estão sendo feitas por telefone devido ao distanciamento social. Os pesquisadores do IBGE ligam para 193,6 mil domicílios distribuídos em 3.364 municípios de todos os estados do País.

Para definir a amostra da nova pesquisa, o IBGE utilizou a base de 211 mil domicílios que participaram da Pnad Contínua no primeiro trimestre de 2019 e selecionou aqueles com número de telefone cadastrado.

Os dados são divulgados semanalmente, além de uma divulgação mensal com os resultados da pesquisa por grandes regiões e unidades da federação, idade e sexo, entre outros indicadores mais detalhados de afastamento do trabalho e trabalho remoto.

A coleta dos dados está prevista para acontecer até um mês após o fim das medidas de distanciamento social.