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Mercado de trabalho: 'Efeitos mais graves já passaram', diz secretário

Bruno Bianco vê Brasil mais próximo a uma normalidade no mercado de trabalho - Michel Jesus/Câmara dos Deputados
Bruno Bianco vê Brasil mais próximo a uma normalidade no mercado de trabalho Imagem: Michel Jesus/Câmara dos Deputados

Do UOL, em São Paulo*

28/01/2021 14h03

O secretário especial de Previdência e Trabalho, Bruno Bianco, disse hoje que os efeitos mais graves da pandemia do novo coronavírus na economia já passaram e que o Brasil está mais próximo "de uma normalidade".

A declaração ocorreu durante entrevista para comentar os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), que mostraram a abertura de 142.690 vagas de emprego com carteira assinada no país em 2020.

"Na nossa perspectiva, já está chegando no final (os efeitos da pandemia). Então os efeitos no mercado de trabalho mais graves já passaram, já estamos próximos a uma normalidade no mercado de trabalho", disse.

Bianco ainda disse que o governo está disposto a agir se necessário. "Não deixaremos o desemprego aumentar e continuaremos com as mãos nas rédeas para que, dentro do possível, possamos cada vez aumentar as contratações, reduzir as demissões e fazer com que os Cageds sejam mês a mês cada vez melhores, afirmou.

Novas medidas

Na entrevista, Bianco disse que o governo estuda reeditar um programa nos moldes do BEm (Benefício Emergencial de Preservação da Renda e do Emprego), que permitiu que as empresas suspendessem contratos ou reduzissem jornadas e salários temporariamente em 2020.

De acordo com os dados atualizados em 31 de dezembro, o BEm permitiu 20.119.302 acordos entre 9.849.115 empregados e 1.464.517 empregadores no Brasil.

"Estamos avaliando, em conjunto com a evolução dos acontecimentos, se devemos ou não lançar mão de mais medidas relativas a momentos de crise", disse Bianco.

"Isso sempre esteve na prancheta, em momento algum nós deixamos de lado esse pensamento, mas obviamente isso demanda uma análise das circunstâncias e também demanda uma análise política, que nós estamos fazendo junto com nosso ministro e também junto com o presidente da República", completou.

Pesquisas diferentes

Mais cedo, o IBGE divulgou a pesquisa PNAD/Contínua, que mostrou que o desemprego no Brasil é de 14,1% e atingiu 14 milhões de pessoas no trimestre de setembro a novembro de 2020.

Os dados divulgados hoje pelo IBGE e pelo Ministério da Economia têm metodologias diferentes. O ministério coleta informações declaradas por empregadores por meio dos sistemas do eSocial, Caged e Empregador Web, portanto apenas empregos formais.

Já a pesquisa do IBGE é mais ampla e aborda também trabalhadores informais e pessoas que estão em busca de emprego. Essas informações são obtidas por meio de entrevistas e consultas a outras bases de dados, como beneficiários de programas sociais.

*Com informações da agência Reuters