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País abre 401.639 vagas de emprego com carteira em fevereiro

Dados do Caged apontaram saldo positivo na criação de empregos formais no país - Getty Images/iStockphoto/FG Trade
Dados do Caged apontaram saldo positivo na criação de empregos formais no país Imagem: Getty Images/iStockphoto/FG Trade

Do UOL, em São Paulo

30/03/2021 11h06Atualizada em 30/03/2021 14h33

O Brasil abriu 401.639 vagas de emprego com carteira assinada em fevereiro, apontam dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) divulgados hoje pelo Ministério da Economia. Os números são resultado de 1.694.604 admissões e de 1.292.965 desligamentos.

O saldo é melhor desde janeiro de 2020, quando começa a série histórica do Novo Caged.

O total de empregos com carteira no país somou 40.022.748 em fevereiro, o que representa uma variação de 1,01% em relação ao mês anterior. Em janeiro, o país abriu 258.141 vagas, conforme dados revisados.

No acumulado do ano de 2021, foi registrado saldo de 659.780 empregos, decorrente de 3.269.417 admissões e de 2.609.637 desligamentos (com ajustes até fevereiro de 2021).

No ano passado, o governo ofereceu complementação de renda a trabalhadores que tiveram seus contratos de trabalhos temporariamente suspensos ou sofreram redução de jornada e salários durante a crise da pandemia do novo coronavírus.

Os trabalhadores do programa ganharam estabilidade por período igual ao da suspensão do contrato ou da redução do salário. Por isso, o programa terminou em dezembro, mas até hoje há pessoas com estabilidade, que não podem ser demitidas.

O governo diz que vai reeditar o programa neste ano, por causa da nova onda de covid-19, mas ainda não há regras definidas.

Guedes comemora dados, mas faz comparação errada

Em entrevista coletiva por videoconferência após a divulgação, o ministro da Economia, Paulo Guedes, comemorou os dados e voltou a falar que são recordes, o que está errado.

"O resultado recorde do Caged mostra que estamos no caminho certo. Temos que admitir que o mercado formal de trabalho está se recuperando em altíssima, velocidade", disse o ministro.

Não é possível dizer que o dado é recorde porque houve mudança de método na coleta dos dados em 2020. Com isso, o levantamento passou a usar dados mais abrangentes, incluindo mais gente, como trabalhadores temporários, que não eram contabilizados antes. Isso torna os resultados incomparáveis com os de anos anteriores.

Saldo positivo nos cinco grupos de atividade econômica

Os dados do Caged de fevereiro apontam saldo positivo no nível de emprego nos cinco grupos de atividade econômica.

  • Serviços: (+ 173.547 postos)
  • Indústria: (+ 93.621 postos)
  • Comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas (+ 68.051 postos)
  • Construção: (+ 43.469 postos)
  • Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura: (+ 23.055 postos)

Regiões

Ainda de acordo com os dados, houve saldo positivo nas cinco regiões brasileiras:

  • Sudeste (+203.213 postos, +1%)
  • Sul (+105.197 postos, +1,4%)
  • Nordeste (+40.864 postos, +0,64%)
  • Centro-Oeste (+40.077 postos, +1,19%)
  • Norte (+12.337 postos, +0,67%)

Queda de 2,68% nos salários

O Caged ainda trouxe outros detalhes como:

  • o salário médio de admissão em fevereiro foi de R$ 1.727,04 --comparado ao mês anterior, houve redução real de R$ 47,53 (-2,68%)
  • em fevereiro, houve 19.443 admissões e 14.260 desligamentos na modalidade de trabalho intermitente, gerando saldo positivo de 5.183 empregos

Guedes reclama do Orçamento aprovado pelo Congresso

Na entrevista, Guedes enviou um recado para o Congresso, ao dizer que acordos políticos precisam caber nos orçamentos. No fim de semana, o ministro já havia dito que o Orçamento de 2021 ficará "inexequível" com as manobras dos parlamentares para acomodar emendas.

"Nosso apelo final é justamente que os acordos políticos têm que caber nos orçamentos públicos. A essência da política é fazer a alocação de recursos. Nosso compromisso é com a saúde e com a responsabilidade fiscal", declarou Guedes.

Na semana passada, o Congresso aprovou um Orçamento para 2021 com corte de R$ 26,46 bilhões de gastos obrigatórios, como benefícios da Previdência, abono salarial e recursos para o seguro-desemprego. O dinheiro foi destinado a emendas parlamentares. Como os gastos são obrigatórios, o governo terá que tirá-los de outros lugares para pagá-los, o que pode paralisar a máquina pública.