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Desemprego no país cai a 14,1%, mas ainda atinge 14,4 milhões de pessoas

IBGE divulgou hoje dados da Pnad Contínua, que mede a taxa de desemprego no país - Getty Images/iStockphoto/FG Trade
IBGE divulgou hoje dados da Pnad Contínua, que mede a taxa de desemprego no país Imagem: Getty Images/iStockphoto/FG Trade

Do UOL, em São Paulo

31/08/2021 09h04Atualizada em 31/08/2021 09h32

A taxa de desemprego no país caiu para 14,1% no segundo trimestre, uma redução de 0,6 ponto percentual em relação ao primeiro trimestre (14,7%). Na comparação com o período de abril a junho do ano passado, houve alta de 0,8 ponto percentual (13,3%).

Apesar da diminuição na taxa, o país ainda soma 14,4 milhões de pessoas na fila em busca de um trabalho. O número representa estabilidade em relação ao primeiro trimestre do ano (14,8 milhões de pessoas), mas aumentou 12,9% (mais 1,7 milhões de pessoas) na comparação com o segundo trimestre de 2020 (12,8 milhões de pessoas).

Os dados fazem parte da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua, divulgada hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O indicador usa trimestres móveis, que não correspondem necessariamente ao primeiro, segundo, terceiro e quarto trimestres do ano.

De acordo com o IBGE, a queda na taxa de desemprego foi influenciada pelo aumento no número de pessoas ocupadas (87,8 milhões), que avançou 2,5%, com mais 2,1 milhões no período.

Com isso, o nível de ocupação subiu 1,2 ponto percentual para 49,6%, o que indica, contudo, que menos da metade da população em idade para trabalhar está ocupada no país.

O crescimento da ocupação ocorreu em várias formas de trabalho. Até então, vínhamos observando aumentos no trabalho por conta própria e no emprego sem carteira assinada, mas pouca movimentação do emprego com carteira. No segundo trimestre, porém, houve um movimento positivo, com crescimento de 618 mil pessoas a mais no contingente de empregados com carteira.
Adriana Beringuy, analista da pesquisa

Trabalho por conta própria atinge recorde

Outro destaque foi o trabalho por conta própria, que atingiu o patamar recorde de 24,8 milhões de pessoas, um crescimento de 4,2% na comparação com o trimestre anterior. Em um ano, o contingente avançou 3,2 milhões, alta de 14,7%. Inclusive, 52,2% da alta da ocupação na comparação mensal e 62,7% dessa alta na comparação anual vieram do aumento dos trabalhadores por conta própria sem CNPJ.

O aumento da ocupação no segundo trimestre foi gerado, principalmente, por atividades relacionadas a alojamento e alimentação (9,1%), construção (5,7%), serviços domésticos (4,0%) e agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (3,8%).

O trabalho doméstico (5,1 milhões) não teve variação significativa frente ao primeiro trimestre do ano, mas avançou 8,4% na comparação com o segundo trimestre de 2020. A categoria dos empregadores (3,8 milhões) ficou estável nas duas comparações. Já o setor público (11,8 milhões) registrou uma redução de 4,4% (menos 539 mil pessoas) em relação ao mesmo trimestre do ano passado.

Em um ano, número de informais cresce quase 5 milhões

Os trabalhadores informais, que incluem aqueles sem carteira assinada (empregados do setor privado ou trabalhadores domésticos), sem CNPJ (empregadores ou empregados por conta própria) ou trabalhadores sem remuneração, somaram 35,6 milhões de pessoas e uma taxa de 40,6%.

No trimestre anterior, a taxa foi de 39,6%, com 34 milhões de informais. Há um ano esse contingente era menor, 30,8 milhões e uma taxa de 36,9%.

Subocupados por insuficiência de horas atingem recorde

A PNAD mostra ainda que os trabalhadores subocupados por insuficiência de horas trabalhadas —aqueles que trabalham menos horas do que poderiam trabalhar— chegou a um número recorde de 7,5 milhões de pessoas, um aumento de 7,3%, com mais 511 mil pessoas. Em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, o indicador subiu 34,4%, quando havia no país 5,6 milhões de pessoas subocupadas.

No caso dos desalentados (5,6 milhões), pessoas que desistiram de procurar trabalho devido às condições estruturais do mercado, houve redução de 6,5% em relação ao primeiro trimestre. Mas esse contingente permanece estável na comparação com o segundo trimestre de 2020.

O contingente de pessoas subutilizadas —aquelas desocupadas, subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas ou na força de trabalho potencial— foi de 32,2 milhões, uma redução de 3% em relação ao primeiro trimestre (33,2 milhões). A taxa composta de subutilização também foi de 28,6%.

Metodologia de pesquisa

A Pnad Contínua é realizada em 211.344 casas em cerca de 3.500 municípios. O IBGE considera desempregado quem não tem trabalho e procurou algum nos 30 dias anteriores à semana em que os dados foram coletados.

Existem outros números sobre desemprego, apresentados pelo Ministério da Economia, com base no Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). Os dados são mais restritos porque consideram apenas os empregos com carteira assinada.