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Entenda a relação entre inflação, juros e crescimento

Epaminondas Neto

Do UOL, em São Paulo

02/01/2013 06h00

Você está preocupado com a inflação? Embora muita gente espere que o país ainda cresça pouco neste ano, alguns especialistas têm receio sobre o ritmo de reajuste de preços. A questão se complica porque ninguém sabe como o governo vai administrar o equilíbrio delicado entre crescimento e inflação em 2013.

A ferramenta mais usada para fazer esse balanceamento é a famosa taxa básica de juros (Selic), atualmente em 7,25% ao ano. Se os juros sobem, mandam um sinal de que o governo está mais preocupado com a inflação do que com o crescimento. Se os juros caem, é um estímulo para que as empresas invistam e os consumidores comprem.

Emprego e crédito podem fazer preços subirem

Em tese, quando um país cresce pouco, a inflação não deveria dar medo: os empresários têm menos estímulo para elevar os preços quando os compradores têm pouco dinheiro no bolso e frequentam menos lojas e supermercados. Mas não é sempre assim.

O Brasil tem uma de suas menores taxas de desemprego dos últimos anos, e a oferta de crédito aumentou bastante no período recente. Essa combinação pode servir de combustível para novos reajustes de preços.

Mercado sobe expectativa de inflação em 2013, para 5,47%

Semanalmente, o Banco Central consulta uma centena de empresas do setor financeiro, como bancos e corretoras de valores, a respeito de suas expectativas para a inflação, o preço do dólar, o crescimento do país, entre outros assuntos.

A partir da coleta dessas expectativas, o BC prepara um relatório, publicado semanalmente no site desse órgão. Desde o início do ano, as expectativas dos bancos para a inflação e o crescimento evoluíram de forma diferente.

Em janeiro de 2012, a maioria das projeções feitas pelos bancos apostava numa taxa de inflação de 5% para 2013, e num crescimento de 4,15% para o país nesse ano. Mas no final de dezembro, boa parte das expectativas aponta para uma inflação de 5,47% para 2013. O crescimento previsto, por sua vez, caiu para 3,3%.

As expectativas para a taxa básica, no entanto, indicam que o juro deve permanecer no mesmo lugar: 7,25%.

Presidente do BC diz que inflação deve perder força

Na semana retrasada, o presidente do BC, Alexandre Tombini, insistiu que a inflação deve perder força, caminhando para a meta de 4,5% estabelecida para 2013.

Ele argumenta que o aumento da oferta de crédito e o ritmo de reajuste dos salários vão ser mais moderados ano que vem. Além desses fatores, diz ele, o fraco crescimento da economia mundial vai servir como um desestímulo para a alta da inflação.