Saiba quais as ações mais indicadas pelo mercado no início de 2013
Otimismo, mas não em altas doses. Essa é a visão dos especialistas do mercado financeiro para a Bolsa de Valores neste ano.
O principal indicador desse mercado, o Ibovespa (o mais utilizado pela imprensa para dizer se a Bolsa subiu ou desceu) revelou uma valorização de 7,4% no ano passado. Em outros termos, significa que, na média, os preços das ações ficaram mais altos. Mas esse fato aconteceu principalmente por conta da famosa “corrida” dos investidores em dezembro, quando muitos avaliaram que alguns papéis estavam baratos demais.
O panorama da economia mundial, e da brasileira também, não autoriza muito entusiasmo pela Bolsa, embora os analistas acreditem que esse mercado deve ter um ano melhor na comparação com o desempenho de 2012.
EUA, Europa e China
Os Estados Unidos podem ver sua economia melhorar a partir do segundo semestre, passados os piores efeitos do temor pelo “abismo fiscal”, que deve afetar o crescimento nesta primeira metade do ano.
Na Europa, os mercados podem ficar um pouco mais aliviados caso realmente saia um pacote de ajuda financeira para a Espanha. Se a Grécia permanecer no bloco europeu, isto é, manter o uso do euro, também pode amenizar as preocupações em relação ao Velho Continente.
Há expectativas de que a China continue a crescer fortemente neste ano, embora haja dúvidas sobre como as novas lideranças desse país vão lidar com alguns problemas do setor imobiliário (preços altos), após anos de crescimento na casa dos 10%.
Preocupações sobre o Brasil
As incertezas sobre o Brasil também são um grande ponto de interrogação: há muito temor de que o país cresça pouco neste ano, embora um pouco mais do que em 2012. Como a inflação segue relativamente alta, há incerteza a respeito do que o governo deve priorizar e de que forma: o combate ao reajuste dos preços ou o estímulo ao crescimento?
“A queda dos juros pode trazer oportunidades para o investimento em renda variável [ações]. Vejo que existem oportunidades em alguns setores como varejo, consumo, bens de capitais, educação e saúde”, afirma o economista-chefe da corretora Souza Barros, Clodoir Viera.
Entre as ações mais recomendadas pelas corretoras de valores (responsáveis pela negociações na Bolsa) estão justamente vários papéis de empresas dos setores citados acima.
A reportagem do UOL consultou quais as ações sugeridas por 13 corretoras neste início do ano e fez um levantamento das mais frequentes entre as listas enviadas aos clientes.
Veja as ações mais recomendadas
Ações | Oportunidade | Riscos | Quem indica |
Vale PNA | Ganha com a desvalorização do real; preço do minério de ferro sobe com crescimento chinês | Interferências políticas; possível aumento de tributos; ação subiu 14% em 2012, o dobro da Bolsa | Souza Barros, Concórdia, Planner, TOV, Fator, UM, Geral, Geração Futuro |
Pão de Açúcar PN | Possível venda de parte das Casas Bahia; expansão do consumo doméstico | Ação subiu bastante (36%) em 2012; disputa entre controladores | Planner, Bradesco, HSBC, Fator, UM, XP |
Petrobras PN | Possível reajuste dos combustíveis | Gastos altos com importações; dívidas em moeda estrangeira | BB, Planner, TOV, UM |
Ambev PN | Investimento em cervejas "premium" ajuda nos ganhos | Aumento de impostos anunciado em 2012 | Souza Barros, Planner, TOV, Walpires |
Hering ON | Investimento em nova linha; expansão das vendas | Vendas fracas de nova coleções; problemas com franqueados | Concórdia, Planner, HSBC, UM |
Bradesco PN | Boa qualidade da carteira de crédito; negócios em áreas rentáveis, como seguros e previdência | Aumento do nível de inadimplência | BB, HSBC, Geração Futuro, UM |
Itaú PN | Ganha com recuperação da economia e crescimento do crédito; elogiado por controle de custos | Aumento do nível de inadimplência | Concórdia, HSBC, Geração Futuro, XP |
Outras seis ações tiveram pelo menos três “votos” cada: CCR ON, Kroton ON, Br Malls ON, Totvs ON, Gerdau PN e Hypermarcas ON.
Os papéis foram selecionados entre mais de 60 ações recomendadas por 13 corretoras: Souza Barros, Concórdia, Planner, TOV, Fator, UM Investimentos, Geral, Walpires, Geração Futuro e XP Investimentos, além das corretoras ligadas aos bancos Bradesco, Banco do Brasil e HSBC.
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