Preço do ouro disparou nos últimos dez anos
A cotação do ouro subiu pouco mais de 8% em 2012 e praticamente dobrou de preço nos últimos cinco anos no mercado de Londres, um dos lugares onde se forma o preço internacional da commodity metálica (matéria-prima). Para se ter uma ideia, a inflação acumulada (pela referência do IPCA) foi de 5,8% em 2012 e de 37,7% em cinco anos no Brasil.
Na verdade, a valorização do metal dourado é ainda mais antiga. Os preços subiram continuamente nos últimos dez anos (mais de 460%), após quase 20 com desempenho pouco animador: somente na década de 1990, as cotações recuaram mais de 25%.
Refúgio em momentos de crise
A crise mundial de 2008 deu ainda mais fôlego para as cotações porque o ouro “brilha” justamente em momentos de pessimismo sobre a economia mundial.
A corrida pelo metal, no entanto, vem perdendo ritmo desde o segundo semestre de 2011: os preços têm se mantido na faixa de US$ 1.500 a US$ 1.700 e até recuaram nos últimos três meses.
Essas perdas recentes podem ter novos capítulos, já que alguns grandes investidores (que adquiriram o metal nos anos anteriores) podem concluir que chegou a hora de vender e colocar no bolso os ganhos acumulados.
Fatores que podem afetar o preço
A perspectiva de que EUA firme a recuperação da economia, e a Europa comece (gradativamente) a sair do atoleiro, também reforça um cenário em que os preços da commodity (matéria-prima) não subam mais com tanta força.
Outro fator recente pode afetar os preços: os sinais de que o Banco Central dos EUA vai suspender as injeções bilionárias de dinheiro na economia feitas desde 2008.
Parte desses recursos foram aplicados em produtos como o ouro, principalmente porque havia um temor de que essa montanha de dinheiro, usada para estimular o crescimento, também aumentasse o risco de inflação do país. Nos países ricos, o medo da inflação é um motivo tradicional para investidores buscarem refúgio no metal.
O panorama um pouco mais otimista para a economia mundial, claro, enfrenta vários riscos.
Para ficar somente nos EUA, o cabo de guerra entre democratas e republicanos em torno do orçamento nacional pode levar a um corte drástico nas despesas públicas no curtíssimo prazo. A essa altura, esse evento seria veneno para a retomada do crescimento.
Na Europa, algumas das principais economias da região, a exemplo da Espanha e da Itália, ainda apresentam um quadro preocupante. Embora as lideranças europeias tentem emplacar um sentimento de que "o pior já passou" em referência à atual crise econômica do continente, alguns analistas seguem pessimistas. A União Europeia revisou suas expectativas e agora considera que os países do bloco econômico não devem retomar o crescimento antes de 2014.
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