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O rendimento da poupança ainda vale a pena?

Do UOL, em São Paulo

21/03/2013 06h00

A poupança, o investimento mais popular do país, tem grandes chances de apanhar da inflação neste ano. Mas a perspectiva para o próximo ano pode ser um pouco melhor.

A inflação projetada para este ano é de 5,7% (pela medida do IPCA), conforme o acompanhamento das previsões do mercado feito semanalmente pelo Banco Central.

Pelas novas regras, as contas de poupança rendem 70% da taxa básica de juros do país (a Selic, fixada pelo BC a cada 45 dias), atualmente em 7,25% ao ano.

Conforme a taxa básica atual, o rendimento calculado para a poupança ainda desfavorece o investidor: apenas 5,08% neste ano, abaixo, portanto, da inflação projetada para 2013.

Banco Central pode subir juros para combater inflação

O que pode melhorar o rendimento da poupança é a perspectiva de que a taxa básica de juros volte a subir neste ano.

Os índices de preços mostram um quadro preocupante. A variação do IPCA ameaça ultrapassar o teto da meta de inflação (6,5%) estabelecido para este ano.

O governo recebe cobranças para agir, e o Banco Central (que fixa a taxa básica) já sinalizou que um ajuste dos juros (para cima) está sendo estudado.

A taxa Selic é a ferramenta básica para combater a inflação. Quando fica mais alta, torna o custo dos empréstimos para consumidores e empresas mais caro, o que tende a desestimular novas compras e investimentos, e por consequência, os aumentos de preços.

Economistas esperam juros básicos a 8,25% em dezembro

Segundo o acompanhamento do BC, vários economistas do setor financeiro antecipam que a taxa básica de juros vai atingir 8,25% em dezembro.

Caso essa previsão vire realidade, o rendimento anual da poupança sobe para 5,78%, sendo suficiente, portanto, para bater a inflação esperada para 2014 --de 5,5%.

Mas muitos economistas não apostam suas fichas nesse cenário.

Além da inflação, o governo já mostrou que está muito preocupado com o ritmo fraco de crescimento. Aumento de juros tende a enfraquecer ainda mais a economia Não está claro até que ponto as autoridades econômicas estão dispostas a sacrificar o nível de atividade para baixar a inflação.

Para um grupo de especialistas, o governo vai insistir em mais medidas alternativas --como aliviar os impostos para os produtos da cesta básica-- para tentar conter o aumento dos preços, atrasando ao máximo o aumento dos juros básicos.