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Ações da Petrobras oscilam com eleições e denúncias; saiba o que fazer

Arte/UOL
Imagem: Arte/UOL

Sophia Camargo

Do UOL, em São Paulo

17/09/2014 06h00

Ter ações da Petrobras em época de eleição apertada é para quem tem coração forte. A volatilidade tem sido a marca registrada dos papéis da empresa e a previsão é de que continue assim, pelo menos até a eleição passar.

Problemas com denúncias sobre suposta corrupção na empresa e o prejuízo causado pela contenção forçada do preço da gasolina ajudam a manter as ações sob pressão.

As ações preferenciais da empresa se valorizaram 26,17% no ano até esta terça (16). Só ontem, subiram quase 5%.

Mas, para se ter uma ideia de como os papéis têm oscilado, no dia 17 de março as ações valiam R$ 12,57, menor preço no ano. Do pior momento até agora, a alta já foi de 71,44%. Haja fôlego. 

O motivo de tanto sobe-e-desce são mesmo as eleições, garantem os especialistas. "As ações sobem conforme a oposição ganha vantagem. O mercado está comprando a ideia da mudança, principalmente após a morte de Eduardo Campos (candidato à presidência pelo PSB, morto em 13 de agosto)", diz Elad Rezi, analista da Spinelli Corretora.

Um exemplo da instabilidade da ação pôde ser comprovado na semana passada, quando as pesquisas apontaram uma menor vantagem da oposição e despontou o escândalo com as denúncias do ex-diretor Paulo Roberto Costa à Polícia Federal. Em um único dia, na sexta-feira (12), as ações despencaram 5,04%.

Mas, já na segunda-feira (15), a montanha-russa estava de volta. Depois de subir e descer o dia inteiro, as ações fecharam em leve alta de 0,41%,a R$ 20,55.  Na terça (16), as ações subiram fortemente.

"O cenário é de instabilidade e é aconselhável ter cautela", diz Rezi. "Nossa recomendação para a ação nesse momento é neutra."

Empresa está barata em relação às internacionais

Pedro Galdi, analista de investimentos da SLW Corretora, afirma que o cenário para a empresa vai continuar complicado até o fim das eleições, pelo menos.

"É uma empresa que ainda está barata quando comparada com seus pares internacionais. Mas a ingerência do governo sobre os preços da gasolina, que acarreta prejuízo para a companhia, conta muito."

Para o consultor de investimentos da Compliance Comunicação, Clodoir Vieira, a expectativa é que o próximo governo trate melhor a Petrobras. Enquanto isso, porém, cautela na compra. "Se a Dilma ganhar no primeiro turno, a ação pode voltar a R$ 16."