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10 pegadinhas (sem graça) que prejudicam o investidor e como escapar delas

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Sophia Camargo

Colaboração para o UOL, em São Paulo

19/09/2016 06h00

Você fez o orçamento, cortou despesas, diminuiu dívidas e, finalmente, conseguiu economizar um pouco. A próxima fase tem um novo desafio: ser um bom investidor.

Um dos principais erros é não pesquisar quais os melhores destinos para seu dinheiro, segundo Paulo Figueiredo, diretor de Operações da assessoria de investimentos FN Capital. Antes de comprar um carro ou casa as pessoas costumam se informar e fazer comparações, diz ele. "Mas, na hora de investir, normalmente deixam tudo na mão do gerente do banco."

O problema é que o gerente nem sempre é a pessoa mais indicada, já que ele é um funcionário do banco que precisa bater metas, e não necessariamente vai indicar o melhor produto para o cliente, diz Figueiredo. Ele listou os dez erros que mais atrapalham na hora de investir. Confira. 

1) Não saber qual será o destino do dinheiro 

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Antes de investir, é preciso saber para que aquele dinheiro será usado no futuro: será para aposentadoria, para reserva de emergência, para comprar um carro, para a escola das crianças? Essa resposta é necessária para saber em que tipo de aplicação o dinheiro deve ser colocado. O dinheiro de uma reserva de emergência, por exemplo, não pode ficar em um investimento que proíba o saque por um período de tempo, pois precisa estar disponível imediatamente.

2) Não pesquisar 

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O investidor deve se informar sobre os vários investimentos possíveis para seu dinheiro e também pesquisar as condições oferecidas por mais de um banco ou corretora. É preciso comparar as taxas de remuneração e taxas de administração em diversas instituições.

3) Só procurar os grandes bancos 

Cofre que lembra caixa-forte do Tio Patinhas está à venda na Suíça com 8 milhões de moedas de franco suíços - Divulgação/JamesEdition - Divulgação/JamesEdition
Imagem: Divulgação/JamesEdition

Muitos investidores procuram apenas os grandes bancos para aplicar seu dinheiro, seja por achar que as instituições menores não têm garantia, ou por acreditar que terão retorno melhor nas grandes instituições.

Segundo Figueiredo, corretoras, assessorias de investimento e gestoras normalmente conseguem negociar taxas de retorno maiores. "É comum um banco de menor porte oferecer taxas de retorno de até 140% do CDI, enquanto os grandes bancos dificilmente chegam a 100% do CDI", diz. Isso acontece porque as instituições menores têm menos facilidade de obter dinheiro para se financiar, então remuneram melhor quem empresta para elas.

Mas é seguro investir nelas? Produtos com garantia do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), como a poupança, o CDB e a LCI, têm a mesma garantia tanto para a instituição financeira grande quanto para a pequena. Em caso de quebra da instituição, o FGC reembolsa os prejuízos até um limite de R$ 250 mil, por CPF, por instituição financeira.

4) Achar que título de capitalização é investimento 

22.dez.2104 - Funcionário mostra bola com o número 43, durante o sorteio da loteria de natal chamada "El Gordo", em Madri, na Espanha - Pedro Mrmestre/AFP - Pedro Mrmestre/AFP
Imagem: Pedro Mrmestre/AFP

"O investidor precisa saber que o título de capitalização funciona como uma loteria, na qual a pessoa participa de um sorteio que pode lhe dar um bom dinheiro", diz Figueiredo. Se não for sorteado, o rendimento do título é bem inferior ao da poupança --que tem rendido menos que a inflação.

5) Acreditar que só a poupança é segura 

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A poupança tem a garantia de até R$ 250 mil pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC). Essa garantia é a mesma de diversos tipos de investimentos, tais como CDB, LCI e LCA, que são alternativas mais rentáveis que a poupança. "Em termos de segurança, o Tesouro Direto é ainda mais seguro, pois quem garante é o próprio governo federal. Se o governo tiver problemas para honrar seus títulos, provavelmente os bancos estarão numa situação pior ainda", diz.

6) Não diversificar seus investimentos

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Os investimentos devem ser direcionados de acordo com o perfil do investidor e também de acordo com o objetivo da aplicação. Quem tem pouco dinheiro precisa juntar uma quantia suficiente para poder diversificar seus investimentos, mas Figueiredo diz que a partir de R$ 40 mil já é possível fazer isso. "É possível escolher entre CDBLCITesouro Direto, dependendo do perfil colocar uma parte em um fundo variável, tudo para melhorar a rentabilidade", diz.

7) Não saber quais os custos da aplicação 

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Imagem: id-work/iStock

Não saber qual é a taxa de administração do fundo, não saber se o plano de previdência tem taxa de carregamento, não saber se vai pagar Imposto de Renda ou se é isento. Muitas vezes o investidor está apenas interessado na rentabilidade bruta da aplicação, mas esquece (ou não é informado) que esses custos podem comprometer seu ganho no fim das contas.

8) Achar que desempenho passado é garantia 

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Não é porque uma aplicação teve um bom desempenho no passado que irá repetir isso no futuro. A rentabilidade da aplicação vai depender de fatores como a condição da economia e os custos do investimento. "Além de se informar sobre o passado, o investidor precisa perguntar qual é a rentabilidade média projetada para o futuro", diz.

9) Investir em previdência privada sem conhecer bem

A previdência privada pode ser um bom investimento para o futuro, mas é preciso ficar atento. Há a modalidade que beneficia quem declara Imposto de Renda pelo modelo completo (PGBL), há a que serve para quem declara pelo simplificado. A previdência também tem dois modelos de tributação e pode ter várias taxas. É um investimento de longo prazo, mas às vezes é oferecida para pessoas que vão precisar do dinheiro em pouco tempo. Fique atento.

10) Concentrar todo o dinheiro em um único lugar

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A garantia do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) é de R$ 250 mil por CPF, por instituição financeira. Se um investidor tiver R$ 500 mil numa instituição que tiver um problema, por exemplo, só será indenizado em R$ 250 mil e perderá o restante. Nesse caso, o melhor seria ele ter dividido os recursos, deixando R$ 250 mil numa instituição e o restante, em outra. Portanto, vale diversificar não só os investimentos, mas a própria instituição.