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10 atitudes para você sair do sufoco da falta de dinheiro de uma vez

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Sophia Camargo

Colaboração para o UOL, em São Paulo

20/10/2017 04h00

Todo mês é a mesma coisa: você simplesmente não entende por que não sobra dinheiro pra nada, não consegue poupar e sua vida financeira está uma bagunça. A resposta pode estar em hábitos ruins do dia a dia, diz a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.

“Olhar para a vida financeira muitas vezes frustrante, porque você tem de encarar que ganha pouco ou que gasta mal demais, mas se não fizer o que é preciso para melhorar essa situação, as coisas só tendem a piorar”, diz.

Veja, a seguir, 10 ações que você deve fazer para sair do sufoco:

1) Deixe a preguiça de lado e acompanhe suas finanças

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Muita gente acha que está tudo certo com suas finanças porque controla as contas “de cabeça”.  “Quem faz acompanhamento de cabeça não tem controle efetivo nenhum”, diz a economista.

Para quem não faz acompanhamento nenhum, ela ensina que o primeiro passo é anotar todas as receitas e despesas. Todas mesmo, até o gasto com pão de queijo, café e estacionamento. “O primeiro mês é o mais importante, pois, ao final desse período a pessoa vai ter a visão de quanto do seu dinheiro vai pelo ralo”, diz.

A gravidade da situação financeira vai determinar como será o controle dos próximos meses. “As finanças são como uma dieta. Se você está com colesterol alto ou obeso, vai precisar ser muito atento à sua alimentação."

Se sua situação financeira for grave, não vai adiantar conferir só um mês; vai ser preciso ser rigoroso muito tempo, até que o controle vire um hábito e fique automático. Esse período varia de pessoa para pessoa. "Pode demorar um mês, pode demorar mais de um ano”, diz.

Também não vale apenas anotar receitas e despesas e não fazer nada com esses números. É preciso avaliar o quanto é gasto com cada coisa e onde pode ser cortado.

“Se você trabalha perto de um shopping e descobre que todo dia que sai para almoçar compra uma coisinha, no final do mês, pode descobrir que gastou muito dinheiro com bobagens. Se não fizer uma anotação cuidadosa, não vai descobrir isso”, diz.

2) Tenha uma reserva para imprevistos

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Na última pesquisa de inadimplência do SPC Brasil, realizada em junho, 26% apontaram o desemprego e 14% disseram que a queda na renda foi o motivo que os levaram a não pagar as contas.

Segundo Marcela Kawauti, se essas pessoas tivessem uma reserva para imprevistos, não teriam ficado inadimplentes imediatamente após o desemprego ou a queda na renda.

O ideal, segundo ela, é juntar o valor referente a seis meses de despesas e deixar aplicado em um investimento que possa ser resgatado com rapidez, como uma poupança, o Tesouro Selic ou um CDB de liquidez diária. “Quem tem filhos ou menos estabilidade no emprego deve se esforçar para juntar até um ano do valor das despesas”, diz.

3) Tenha grandes objetivos para o futuro

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Além da reserva para imprevistos, é preciso também ter uma reserva para os sonhos. Comprar a casa própria, estudar fora, fazer um curso ou uma grande viagem, trocar de carro. “Ter esses objetivos é importante porque eles dão à pessoa o foco para economizar”, diz a economista.

Esse objetivo também ajuda a escolher onde guardar o dinheiro.

“Em nossas pesquisas, verificamos que apenas 33,5% das pessoas guarda dinheiro. E, dentre essas, 61% deixam o dinheiro na poupança", afirma.

Mas a poupança não é o destino ideal para aplicações de longo prazo, como as que objetivam guardar dinheiro para a aposentadoria, por exemplo. Por isso é importante saber para que está guardando o dinheiro, para casar o prazo da aplicação com a realização do sonho.

4) Não considerar dívida como algo normal

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Nem toda dívida é necessariamente ruim, explica Marcela Kawauti. Segundo ela, a dívida boa é aquela que você refletiu com cuidado antes de fazer, pesquisou a melhor forma de pagar e faz a dívida porque realmente precisa do bem. “O problema é que muita gente contrai dívida sem necessidade, sem conhecer as taxas de juros, sem avaliar se o orçamento permite tal gasto e sem planejamento para quitar a dívida contraída”, diz.

5) Não encarar o cartão de crédito e o cheque especial como renda extra

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Seu salário é de R$ 5.000, mas todo mês você gasta R$ 6.000 e nem se estressa, porque o limite do cheque especial cobre o rombo e você parcela o resto no cartão de crédito. Essa atitude pode te levar ao superendividamento.

“Quem encara cartão ou cheque especial como renda extra fica sem ter de onde tirar dinheiro quando realmente necessita”, diz Kawauti.

6) Não empreste seu nome

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Nunca, jamais, empreste seu nome. Essa atitude tem o poder de destruir não só sua vida financeira, como também o relacionamento entre familiares e amigos. Segundo pesquisa do SPC Brasil, o empréstimo do nome é o quarto maior motivo de inadimplência, atrás de desemprego, queda na renda e descontrole financeiro.

“Nossas pesquisas mostram que na maioria dos casos de empréstimo de nome quem emprestou é que acaba pagando pela dívida contraída”, diz a economista. “Nestes casos, o melhor é tentar ajudar de outra maneira.”

Por exemplo, se alguém pede o cartão para fazer mercado, prefira ir com ele até o estabelecimento e fazer as compras conjuntamente, pagando você mesmo no caixa, e não dando o cartão.

7) Pesquise preços e peça descontos

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Pesquisar preços e pechinchar são hábitos bons. “Você não precisa fazer isso para tudo na vida, mas, para as coisas que representam um gasto muito grande, é preciso pesquisar sim”, diz a economista.

Um exemplo: pesquisar preços no supermercado. Não vale fazer a compra no mercado que é o mais perto de casa, pela comodidade, se é o que cobra mais caro.

Para comprar um carro quase todo mundo pesquisa preços, mas, quando chega perto do Natal, por exemplo, o que se vê é o shopping lotado uma semana antes da festa. “Quem vai ter tempo de pesquisar desse jeito? É preciso se planejar, fazer pesquisas de preço pela internet, procurar em comércio de bairro ou ruas de comércio especializadas. “Fazer tudo no automático é prejuízo certo para o bolso”, diz.

8) Não compre pela emoção

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Imagem: Getty Images/iStockphoto/carton_king

O dia foi péssimo, você brigou com a mulher, o filho tirou nota baixa, você não vai conseguir fazer aquela viagem, o namorado foi grosseiro ou o chefe foi injusto. Então você decide dar uma volta pelo shopping para relaxar, vê um celular de última geração e decide que sim, vai comprar, porque “você merece”.

Pense que o que você realmente merece é ter sua vida financeira saudável. Para evitar essas compras por impulso, use um truque: não compre na hora. Vá embora e, se na semana seguinte ainda precisar do produto, repense a compra. Na maioria das vezes você nem sequer lembrar do produto.

9) Não tenha vergonha de dizer não

Tem como dizer 'não' e fazer isso sem se tornar antissocial - iStock - iStock
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Parece que é sempre assim: quando estamos sem dinheiro, sempre aparece aquela balada irresistível, os filhos pedem de presente brinquedos caros, a mulher quer assistir ao show daquela banda famosa que custa um salário mínimo ou o amigo pede dinheiro emprestado.

Por vergonha de parecer pão-duro, você faz um sacrifício e vai, compra, presenteia, empresta, e, depois, vai sofrer para pagar as contas do cartão. Aprender a dizer não é necessário também para evitar sufocos financeiros.

10) Resista às promoções

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A cena é comum: a plaquinha avisa que o produto está pela metade do preço e você sente que não pode perder essa oportunidade. Então compra o que não precisa e gasta um dinheiro que não tem.

“As lojas e os mercados preparam as vitrines e fazem as ofertas para alimentar os impulsos de consumo, ali não tem nada sem objetivo", afirma a economista.

Uma estratégia para resistir a esses apelos é sair de casa sem cartão de crédito ou débito e com dinheiro contado. Ou ainda deixar separado, no orçamento do mês, um valor para gastar apenas em bobagens. "Desse modo, o prejuízo estará sob controle."

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