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Conheça 5 investimentos isentos de IR que rendem mais que a poupança

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Imagem: Getty Images

Colaboração para o UOL, em São Paulo

04/01/2019 04h00Atualizada em 07/05/2019 19h24

Ser isento de Imposto de Renda é um dos principais atrativos de alguns investimentos, como a poupança, a preferida do brasileiro. Só que a poupança "nova", criada em maio de 2012 por causa da redução da taxa Selic, tem rendimento baixo, de 70% da Selic sempre que a taxa básica de juros fica abaixo de 8,5% ao ano. Ou seja, o rendimento atual da poupança "nova" equivale a 4,55% ao ano.

A poupança "velha" tem rendimento maior, e o recomendado é não mexer nela.

O UOL ouviu especialistas que indicam outros cinco investimentos também isentos de IR e que rendem mais que a poupança "nova".

Foram consultados André Anibal especialista em finanças pessoais; Eduardo Cester, sócio do escritório de assessoria de investimentos Investiu; e Fabiano Simões, assessor de investimentos e sócio do escritório O Patriarca Investimentos.

1) LCIs e LCAs

LCI (Letra de Crédito Imobiliário) e LCA (Letra de Crédito do Agronegócio) são títulos emitidos por bancos para financiar os dois setores da economia. Estão entre os principais investimentos isentos de IR. Mas existem discussões sobre a tributação do investimento. No final do governo Michel Temer, o ex-ministro da Fazenda Eduardo Guardia sugeriu a Jair Bolsonaro que comece a tributar essas letras de crédito.

Vantagens: Rendem até 100% do CDI (hoje em 6,40% ao ano) e não têm taxa de administração. Simões diz que corretoras e bancos menores oferecem rentabilidade maior. O investimento inicial é baixo, a partir de R$ 100, disse Anibal.

São cobertas pelo FGC (Fundo Garantidor de Créditos) em até R$ 250 mil (por instituição e por CPF) em caso de falência do banco.

Desvantagens: O dinheiro não está sempre disponível para saque. O resgaste só pode ser feito no dia do vencimento. Além disso, quando os prazos de investimento são mais curtos, a rentabilidade é menor.

2) CRIs e CRAs

CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) e CRAs (Certificados de Recebíveis Agrícolas) são títulos emitidos por instituições securitizadoras. Uma construtora que financie apartamentos em 15 anos pode querer o dinheiro antes. Ela tem a opção de vender às securitizadoras os recebíveis, ou seja, o direito de receber o valor dos clientes.

A securitizadora emite os CRIs. Os investidores que compram os certificados estão, basicamente, emprestando dinheiro a essas construtoras. O mesmo acontece com o agronegócio.

Vantagens: Os certificados geralmente têm boa rentabilidade, ficando acima do CDI, e também não têm taxa de administração.

Desvantagens: Não são garantidos pelo FGC e são de risco médio. Se os clientes que financiaram apartamentos não pagarem, o investidor perde dinheiro. Por isso precisa conhecer o tema, afirmou Eduardo Cester.

Segundo André Anibal, o resgaste só pode ser feito ao final do prazo do título, entre quatro e dez anos. Os valores de investimento inicial são mais altos, entre R$ 1.000 e R$ 5.000.

3) Debêntures incentivadas

São títulos emitidos diretamente por empresas de infraestrutura, que usam o dinheiro dos investidores para financiar seus projetos.

Vantagens: Não têm taxa de administração e, segundo Anibal, são um dos investimentos mais rentáveis na renda fixa.

Algumas debêntures pagam os lucros semestral ou anualmente. Geralmente são atreladas ao IPCA (índice de inflação oficial do país).

Podem ser negociadas no mercado secundário, o que aumenta as chances de conseguir vender fora do prazo de vencimento.

No mercado secundário, investidores compram e vendem entre si seus títulos.

Desvantagens: Não são protegidas pelo FGC e são investimento de risco médio. A empresa emissora pode não pagar os investidores, disse Anibal.

Há baixa oferta de títulos e os prazos de vencimento costumam ser longos, acima de quatro anos. É difícil resgatá-las antes do prazo de vencimento, até mesmo no mercado secundário.

4) Fundos de debêntures incentivadas

Fundos são investimentos que reúnem recursos de vários investidores nas mãos de um gestor, que decide onde aplicar. No caso dos fundos de debêntures incentivadas, os recursos são usados para comprar debêntures de projetos de infraestrutura.

Vantagens: O risco é diluído, já que os recursos são distribuídos entre várias debêntures, de diferentes empresas e projetos.

O valor de aplicação inicial, que chega a R$ 100 em alguns fundos, facilita o investimento. A gestão dos recursos costuma ser feita por profissional experiente.

O resgate é mais fácil que das debêntures em si, com prazos que variam entre 30 e 60 dias.

Desvantagens: Não são protegidos pelo FGC e têm risco moderado ou alto, pois dependem da saúde financeira das empresas que emitiram.

Cobram taxa de administração e, em alguns casos, taxa de performance. A taxa de administração não deve passar de 1%, disse Cester.

5) Fundos imobiliários ou FIIs

Podem estar relacionados aos imóveis em si ou a produtos financeiros atrelados ao setor imobiliário, como as Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) e os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs). São isentos de IR os que têm no mínimo 50 cotistas e são negociados em Bolsa.

Vantagens: Rendem de acordo com a venda ou o aluguel dos imóveis que fazem parte do fundo. Os lucros podem ser distribuídos mensalmente.

Resgatar o dinheiro é mais fácil do que vender um imóvel. É forma de entrar no setor imobiliário com valores baixos, comparando com o dinheiro para comprar um imóvel.

Desvantagens: Não são protegidos pelo FGC e são de alto risco porque são negociados diariamente na Bolsa.

Quando os imóveis não estão locados, os rendimentos do investidor caem.

Os rendimentos mensais dos fundos não são tributados, mas, se o investidor vender suas cotas e lucrar, pagará IR de 20% sobre o lucro.