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Número de brasileiros sem poupança para velhice salta 10 pontos em um ano

Vladimir Goitia

Colaboração para o UOL, em São Paulo

12/03/2019 08h31

Você economiza parte de seus rendimentos para o futuro? Quase seis em cada dez brasileiros (56%) não só não poupam como não têm nenhum tipo de reserva financeira para encarar a velhice, segundo pesquisa da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais).

O grupo de brasileiros que declarava não guardar nada cresceu em relação ao levantamento anterior, realizado em novembro em 2017, quando era de 47% do total. A alta foi de quase 10 pontos porcentuais em um ano. De acordo com o estudo, a maioria que ainda não se aposentou espera contar com a Previdência Social para seu sustento quando entrar nessa fase da vida.

O estudo constatou ainda que oito em cada 100 brasileiros (8%) não têm a menor ideia de onde virá o dinheiro que precisarão para o sustento durante a velhice. Na pesquisa anterior, eram 12%.

Apenas o grupo que acredita que terá apoio financeiro dos filhos ou de alguém da família para continuar a viver caiu: de 2% no levantamento anterior para 1% neste, realizado em novembro do ano passado e divulgado agora.

Número de precavidos cai

O levantamento da Anbima mostra também que apenas 21% dos brasileiros vêm se preparando de alguma forma para a velhice. Eles declararam que os recursos para suas aposentadorias virão do salário que recebem hoje. No levantamento anterior, eram 28%.

No universo de precavidos, 10% disseram que pretendem utilizar, por exemplo, dinheiro de aplicações financeiras para enfrentar o futuro. Outros 8% afirmaram que poderão contar com recursos de plano de previdência privada e 4% responderam que receberão aluguéis de imóveis que possuem.

Sobre a percepção de como serão as despesas no futuro, 47% dos brasileiros que ainda não se aposentaram acreditam que nessa fase da vida os gastos aumentarão. No entanto, de acordo com a entidade, há certa expectativa de que as despesas diminuam nessa época da vida para 17% dos entrevistados. Outros 36% acreditam que as despesas devem permanecer iguais.

Parcela de idosos cresce

Especialistas avaliam que esses dados são preocupantes, considerando que o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) projetou que pouco mais de um quarto (25,5%) dos brasileiros terá mais de 65 anos até 2060, ultrapassando o universo de crianças. Hoje, a parcela de idosos é de 14,5%.

Isso quer dizer que a população do país vem envelhecendo mais rapidamente do que se projetava até o fim do século 20, aumentando a pressão sobre a Previdência Social.

A pesquisa da Anbima entrevistou 3.452 pessoas de 152 municípios do país, economicamente ativos, inativos que possuem renda e aposentados, das classes A, B e C, com idade a partir dos 16 anos. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%.

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