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Fuja de promessas de muito ganho com Bitcoin, dizem especialistas

Vinicius Pereira

Colaboração para o UOL, em São Paulo

24/08/2019 04h00

O investimento em criptomoedas, principalmente em bitcoins, chamou a atenção de muita gente graças às altas exorbitantes de anos antes. Agora, depois da corrida que isso causou, diversos problemas de algumas corretoras que ofertavam esse ativo foram registrados.

Recentemente, clientes do Grupo Bitcoin Banco (GBB) foram surpreendidos com a impossibilidade de saque dos recursos.

Mas, afinal, quais são os cuidados necessários e os riscos envolvidos em começar a investir em criptomoedas?

Segundo especialistas ouvidos pelo UOL, é necessário entender minimamente o funcionamento das criptomoedas antes de colocar qualquer dinheiro nesse tipo de investimento. Além disso, o interessado deve fugir de promessas de retornos exorbitantes.

"A tendência de juros no Brasil está caindo. Não há mágica. Ninguém vai ter uma remuneração acima da Selic (taxa básica de juros, atualmente em 6% ao ano) sem correr grandes riscos", disse Robson Ferreira, professor da Faap.

Para ele, o investidor deve ficar de fora de qualquer plataforma que prometa qualquer remuneração fixa.

"Prometer remuneração é impossível no mercado pós-fixado. Bitcoin ainda mais, já que é extremamente volátil", afirmou ele.

Investir com bitcoin?

O investidor também deve evitar investir as criptomoedas para fazê-las render mais.

"Promessas assim são muito perigosas. Muitas vezes é dessa forma que pegam vítimas", afirmou Fernando Ulrich, da corretora XDEX, especializada em criptomoedas.

De acordo com ele, o investidor precisa saber em qual empresa ele está se cadastrando e se essa companhia é realmente confiável.

Reclamar para quem?

Como as criptomoedas não são reguladas pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários), que controla o mercado de capitais no país, o investidor fica sem proteção em caso de problema.

"Quando se trata de compra ou venda de moeda virtual (como bitcoin), a matéria não é da competência da CVM", afirmou em nota o órgão.

O Banco Central também não considera as criptomoedas como moedas reais e, por isso, não exerce nenhuma influência nesse mercado.

Dessa forma, caso o cliente repasse os ativos para que uma instituição faça uma gestão ativa ou tenha algum problema, ele ficará com poucas opções de auxílio.

"A única saída nesse caso é entrar com uma ação na Justiça comum. Mas geralmente as empresas ruins não têm nem ativos para uma recuperação judicial ou negociar uma solução. O prejuízo acaba sendo grande", afirmou Robson Ferreira.

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